Uma parceria entre o Simepar (Instituto Meteorológico do Paraná) e o IAP (Instituto Ambiental do Paraná), por meio de um contrato de gestão para o CAR (Cadastro Ambiental Rural), vai analisar mais de 11 mil cadastros até dezembro de 2018.
O objetivo, segundo a diretora de Restauração e Monitoramento Florestal, Mariese Cargnin Muchailh, é desenvolver tecnologias que permitam analisar os cadastros rurais com mais precisão e rapidez, aliadas às imagens de satélite disponibilizadas pelo Simepar. Com isso, será criado um mapa digital das propriedades existentes no Paraná, delimitando as áreas para uso agrícola e pecuário, de preservação permanente, reserva legal, remanescentes de vegetação nativa, interesse social e utilidade pública. “A nossa parceria foi estabelecida em 2016, e estão previstos dois anos de convênio”, diz Mariese.
Embora os trabalhos tenham sido iniciados no fim do ano passado, as análises por meio das imagens digitais começaram há 20 dias. Por conta disso, Mariese explica que não é possível adiantar quantos cadastros rurais foram avaliados nesse período.
NA PRÁTICA
Mariese explica que o funcionamento deste novo sistema será totalmente digital. Segundo ela, o Simepar possui uma central com todos os equipamentos necessários para fazer uma análise técnica dos imóveis rurais. “Depois disso, encaminham os resultados ao IAP, que verifica se está tudo correto”, relata. Com base nisso, o proprietário da terra poderá ter dois encaminhamentos. Um deles é a aprovação sem nenhum tipo de correção, e o outro, se houver alguma irregularidade, haverá a necessidade de complementação ou correção no CAR.
“O que temos observado até agora é que a grande maioria precisa fazer correção, com erros comuns como o desenho de seu imóvel está sobreposto na propriedade vizinha, ou não apresentou tudo que havia de remanescentes de florestas, perímetros em volta e demais características da propriedade”, acrescenta a coordenadora.
Assim como o CAR, as correções precisam ser feitas pela internet logo após o proprietário receber um alerta, que pode ser automático do sistema (quando o problema é só de sobreposição/divisas) ou quando é notificado por problemas que vão além das divisas. Nos dois casos, o produtor tem 60 dias depois do alerta para solucionar o problema. Mariese pede que quem já fez o CAR monitore o sistema, já que os alertas são dinâmicos.
Marina Kessler
Até dezembro
De acordo com o IAP, até agora o Paraná já cadastrou 98% dos imóveis no CAR. Isso representa 373 mil propriedades e cerca de 15 milhões de hectares. “O último dado é antigo, de 2006, e por isso o CAR é importante, para que possamos ter a real ideia do número de propriedades no território paranaense”, explica Mariese.
O prazo para cadastramento vai até 30 de dezembro de 2017, e quem não o fizer pode perder benefícios como bloqueio de créditos bancários. (MK)