Cotidiano

Serra diz que condições atuais da economia permitem queda nos juros

GOA, Índia – O ministro das Relações Exterior, José Serra, afirmou, neste domingo, que os juros básicos da economia cairão. Em entrevista após a cúpula dos Brics, ele disse que as condições atuais da economia dão suporte para a flexibilização da taxa Selic, que está em 14,25% ao ano. Questionado se a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que limita o crescimento dos gastos públicos poderia acelerar a redução dos juros, ele respondeu:

? Eu não diria acelerar porque está parado. Eu acho que cabe, sim, redução dos juros nos próximos meses. Vai acontecer isso, dada as condições atuais da redução da inflação ? afirmou o ministro, que lembrou que a inflação está em desaceleração e que há até casos de queda de preços, como o da gasolina:

? Inclusive alguns casos, como da Petrobras, há redução de preços.

Quando questionado se o teto dos gastos era suficiente para recuperar a economia, ele deu a entender que não é o bastante:

? No atacado, eu acho que a questão do teto é positiva, do ponto de vista fiscal e do ponto de vista das expectativas. Tem melhorado muitas expectativas, que são condição para investimento.

Ele ressaltou que o investimento privado é condição para o crescimento. A declaração dos Brics diz que os pais estão dispostos a usar todos os instrumentos para recuperar a economia. Questionado sobre o que poderia ser feito no Brasil, o ministro afirmou que, fixada uma rota para o equilíbrio fiscal, agora, é a recuperação da área social que, segundo ele, foi muito ?estragada? pela contração da economia.

? Temos que atrair mais investimentos temos que gerar mais empregos. Temos que aumentar mais as receitas governamentais. É isso que precisamos fazer: atrair investimentos. Também dentro da economia doméstica. Não é só de fora. Agora, não vai haver crescimento do emprego, da renda e da receita, se não houver investimento ? disse o ministro, para quem, o fundamental para recuperar a economia é multiplicar os acordos comerciais.

Sobre a possível criação de uma agência de classificação de risco (rating) do Brics, ele disse que não houve acordo. Apesar de Serra defender a iniciativa, o Brasil é contrário à proposta.

? A Índia apresentou (a proposta). O primeiro-ministro de ano reforçou isso na sua fala, mas não foram dadas as condições para que esse tema fosse examinado ? frisou Serra, que destacou que a proposta não foi enterrada.

? Isso vai ser discutido. Apenas não se firmou nesta ocasião.