RIO – A Ser Educacional acirrou nesta quarta-feira a disputa pela Estácio Participações, ampliando a oferta em dinheiro no esforço para se unir à segunda maior empresa privada de educação do país, que também é alvo de oferta pelo controle da própria família fundadora e de outra da líder Kroton.
A Ser propôs pagar R$ 1 bilhão, ou R$ 3,25 por ação, em dividendos extraordinários, ante proposta anterior de distribuição de R$ 590 milhões. Já a fatia para cada companhia numa combinação dos negócios foi mantida no patamar sugerido no começo do mês, com os acionistas atuais da Estácio com 68,7%, enquanto os da Ser teriam 31,3%.
?É de extrema importância que o Conselho de Administração da Estácio, ao avaliar as propostas e formular sua recomendação aos seus acionistas, leve em consideração os diferentes riscos regulatórios envolvidos em todas as propostas enviadas?, diz trecho do documento publicado nesta manhã.
Segundo a Ser, estes riscos poderiam atrasar o fechamento do negócio e reduzir os benefícios da combinação que seriam gerados aos acionistas das companhias, em uma clara referência à proposta da Kroton, que se concretizada, criará um participante do mercado muito maior do que os concorrentes.
A proposta é válida até as 18h de 8 de julho, disse a Ser.
CEO E FINANCIAMENTO
A Ser já acertou operações estruturadas com dois bancos para financiar a operação, disse à Reuters uma fonte a par das negociações.
?Isso já está assegurado?, afirmou, acrescentando que a alavancagem da companhia combinada seria de 1,2 vez o Ebitda ajustado em relação à dívida líquida.
A fonte, que pediu para não ser identificada, disse também que o presidente-executivo da empresa a ser criada seja indicado pela companhia pernambucana. Segundo a fonte, este nome seria o atual presidente da Ser, Jânyo Diniz, irmão do fundador e presidente do Conselho de Administração da Ser, Janguiê Diniz.
?A Ser está confortável para fazer a operação?, disse a fonte, que disse acredita em apoio do Conselho da Estácio pela oferta. Os executivos da Ser estão tendo reuniões com 32 investidores até quinta-feira para apresentar a oferta.
?Tem sido colhido um feedback positivo?, disse a fonte sobre a reação sobre a reação dos investidores, sem dar mais detalhes.
CVM APRESSA OPA
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) determinou que o Clube de Investimentos TCA decida por uma oferta pública para compra do controle da Estácio Participações em até 20 dias ou informe que não pretende realizar a oferta dentro de seis meses, segundo comunicado da empresa de educação nesta quarta-feira.
A TCA é o veículo de investimentos da Família Zaher, segunda maior acionista da Estácio, que considera fazer uma OPA pelo controle da empresa, concorrente às propostas apresentadas por Kroton Educacional e Ser Educacional.