Cotidiano

Seab valoriza cadeia de hortigranjeiros

Segundo Ortigara, a produção de hortifrutigranjeiros ocupa um total de 120,8 mil hectares e produz três milhões de toneladas em produtos por ano

Curitiba – O secretário da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, participou de encontro com dirigentes das federações patronais e de trabalhadores dos três estados do Sul (Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná). Ele falou sobre as potencialidades do Paraná na produção de frutas, legumes e verduras no sistema tradicional e orgânico e as possibilidades de fortalecimento dessa cadeia produtiva no Estado.

O encontro foi na sede da Federação da Agricultura do Estado do Paraná e patrocinado pela empresa de tabaco Souza Cruz, que deseja apresentar aos produtores de fumo as possibilidades de manter uma produção integrada com alimentos que tenham fluidez na comercialização. No Paraná, a empresa mantém iniciativas como essa na produção de milho e feijão na pós-colheita de fumo.

Segundo Ortigara, a produção de hortifrutigranjeiros ocupa um total de 120,8 mil hectares e produz três milhões de toneladas em produtos por ano. O faturamento bruto do setor para os produtores é de R$ 4,09 bilhões, que confere uma participação de 5,3% no Valor Bruto da Produção. A Secretaria da Agricultura e do Abastecimento quer elevar essa participação para 11% do VBP.

A produção de olerícolas é um dos segmentos da agropecuária com grande potencial para elevar a renda na propriedade e em circulação no Estado. O setor representa uma oportunidade de diversificação na propriedade e novos negócios podem surgir para os pequenos produtores, acredita Ortigara. Além disso, a oportunidade de renda é maior, em função do sistema de ciclo curto de plantio e presente durante o ano todo.

Seis mil agricultores

São 192 municípios paranaenses que mantém produção de hortifrutigranjeiros, com cerca de seis mil produtores. Eles contam com apoio da Emater, que dá assistência técnica aos produtores familiares, e também por prefeituras municipais e Ongs que possibilitam o atendimento para dez mil agricultores. O secretário chamou a atenção sobre a possibilidade de o produtor pequeno e médio elevar a renda mensal se reservar uma parte da área para plantio de uma horta ou pomar comercial, iniciativa que pode lhe render um bom dinheiro, “desde que desenvolvida com conhecimento técnico”. Segundo Ortigara, a produção de hortifrutigranjeiros cresceu 80% nos últimos 15 anos. E são muitas as técnicas ultilizadas pelo produtor como cultivo a céu aberto, em ambiente controlado (plasticultura), higroponia, que vem proporcionando ganhos em produtividade e qualidade. O setor – continuou – comporta desde pequenos produtores a megaempreendimentos, que já podem ser encontrados no Paraná. Os produtores contam com apoio na comercialização através de cinco unidades da Ceasa, em pontos estratégicos do Estado: Curitiba, Cascavel, Foz do Iguaçu, Londrina e Maringá; crédito rural do Programa Nacional de Agricultura Familiar (Pronaf) com juros subsidiados, atuação de diversas cooperativas na comercialização.

Olericultura

Na olericultura orgânica, a demanda só cresce, diz Norberto Ortigara. Segundo a Secretaria da Agricultura e do Abastecimento, o setor cresceu 190% desde a safra de 2006 passando de uma produção de 17.460 toneladas de produtos naquele ano para 50; 413 toneladas em 20015. São aproximadamente 1.800 produtores com área média de 1,23 hectares por propriedade. Segundo Ortigara, a produção organica de hortifrutigranjeiros está presente em quase todo o Estado, exceto em Campo Mourão e Cianorte. São 61 municipais que produzem em escala comercial, sendo que a RMC concentra 50% dessa produção.

São produzidos no sistema orgânico repolho, couve-flor, alface, abobrinha, berinjela, chuchu, mandioca de mesa (aipim), beterraba, abóbora, tomate, cenoura, batata doce, pepino, feijão vagem, batata, couve brócolis, pimentão, cebolinha e salsinha. A vantagem nessa produção é a agregação de valor de 30% a 50% quando comparada ao sistema tradicional de cultivo, a preservação ambiental, saúde do produtor e as condições de atender ao crescimento da demanda.