WASHINGTON ? A Rússia se afastou da polêmica envolvendo o ex-Conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, Michael Flynn, que se demitiu nesta terça-feira. A primeira baixa do governo do republicano Donald Trump na Casa Branca veio após o assessor ter feito contatos secretos com um embaixador russo antes da posse do presidente para discutir o levantamento de sanções de Washington a Moscou. Em reação, o Kremlin disse que este é um assunto interno dos Estados Unidos.
? É um assunto interno dos Estados Unidos, um assunto interno do governo do presidente Trump Não é assunto nosso ? declarou o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, a jornalistas. ? Dissemos o que queríamos dizer.
Pela lei americana, Flynn, como cidadão privado que ainda era antes da posse, não poderia ter tratado de diplomacia com outros países em nome dos EUA. Na carta de demissão, ele ainda admitiu que “transmitiu sem querer ao então vice-presidente eleito e a outros informações incompletas sobre suas conversas telefônicas” com o embaixador russo.
Peskov havia dito previamente que Flynn e o embaixador não tinham discutido o levantamente de sanções dos EUA sobre a Rússia nas conversas. Mas não quis se aprofundar sobre os seus comentários anteriores nesta terça-feira, após a demissão do assessor de Trump.
Os EUA impuseram sanções à Rússia pela anexação da Crimeia em 2014, assim como aos separatistas pró-Russia na Ucrânia. O Kremlin nega que tenha fornecido armas e soldados aos ativistas.
Também nesta terça-feira, o chefe do comitê de relações internacionais da Câmara Baixa do Parlamento russo disse que Flynn foi forçado a deixar o seu cargo para danificar as relações entre EUA e Rússia.
? É óbvio que Flynn foi forçado a escrever a carta de renúncia sob uma certa pressão ? disse Leonid Slustsky. ? O alvo eram as relações entre EUA e Rússia, minando a confiança no novo governo americano. Vamos ver como a situação se desenvolverá.