O descaso com o espaço de maior proteção da história do País remete aos riscos a um lugar utilizado para resguardo de documentos importantes no processo de desenvolvimento de Cascavel. Assim como o Museu Nacional no Rio de Janeiro perdeu o tesouro cultural que preservava, o arquivo central de Cascavel pode ser prejudicado pelo mesmo motivo.
A estrutura antiga na Rua Cuiabá, no Bairro Alto Alegre, é despercebida pela maioria da população. Por outro lado, quem tem acesso ao seu interior não pode ignorar os problemas encontrados.
Aliás, quem já frequentou o arquivo teme pelos estragos que surgiram com o passar do tempo e destino da documentação com mais de quatro décadas. “Nesse local encontram-se milhares de folhas de papel já ressecadas e envelhecidas pelo tempo e com altíssimo risco de incêndio”, comenta o arquiteto José Tolentino.
Ele descreve isso diante do barracão cheio de papel que não possui sistema de prevenção de incêndio e armazena documentos em antigas prateleiras de madeira e com sistema elétrico deteriorado. “Se encontra com alto risco de ser extinto por ausência de proteção, de cuidados e de segurança. O pior disso é o que diz respeito ao risco de incêndio”, alerta o arquiteto.
Justificativa
O Município reconhece que a estrutura está deficitária e afirma que desde o ano passado faz intervenções paliativas no imóvel. Por lá houve limpeza no terreno, pintura e substituição de algumas telhas. Entretanto, ainda há necessidade de melhorias.
“Pretendemos trocar todas as prateleiras por ferro, além da questão de prevenção de incêndio e da parte elétrica”, afirma o secretário de Planejamento e Gestão, Edson Zorek.
Orçamento limitado
Os investimentos dependem ainda da finalização de projetos e orçamento da pasta do próximo ano. “A população reivindica a questão de saúde e segurança e muitas vezes a gente tem dificuldade de recursos financeiros. Mas essa reforma no espaço físico já está projetada para o orçamento de 2019”, esclarece o secretário Edson Zorek.
A expectativa do Município é de que uma equipe própria de servidores e estagiários também seja destinada ao arquivo central.
Inviável
O fim do arquivo central chegou a ser cogitado, porém foi confirmado que a transferência de todo o volume que o local armazena é inviável. “Fizemos orçamentos com algumas empresas especializadas em guardar documentos e estimamos que teríamos um investimento de quase R$ 5 milhões”, esclarece o secretário Edson Zorek.
Dentre as medidas para reduzir o volume de papéis no arquivo central, além dos outros espaços da saúde e educação, está o processo de digitalização.
A prefeitura utiliza armazenamento do próprio Data Center para arquivos digitais, mas já planeja parcerias para que isso tenha continuidade.
“A digitalização dos documentos do Departamento de Compras já foi iniciada e de 2016 e 2017 está toda digitalizada. Queremos trabalhar com o processo digital e tudo isso trará segurança com a guarda de dados, mas temos que avançar bastante”, esclarece Zorek.