BRASÍLIA – O ex-ministro Paulo Bernardo, réu no Supremo Tribunal Federal (STF) em razão da Operação Lava-Jato, apontou quatro pessoas como testemunhas de defesa, entre elas o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Completam a lista: o ex-ministro Gilberto Carvalho, o ex-presidente da Petrobras José Sérgio Gabrielli e Genildo Lins de Albuquerque, que já trabalhou no Ministério das Comunicações quando Paulo Bernardo chefiava a pasta.
O empresário Ernesto Kugler, que também é réu na mesma ação penal, apresentou uma lista de oito testemunhas de defesa, incluindo dois delatores da Lava-Jato: o ex-diretor da Petobrras Paulo Roberto Costa e o doleiro Alberto Youssef. A decisão de autorizar ou não os depoimentos cabe ao ministro Edson Fachin, relator dos processos da Lava-Jato no STF.
Na semana passada, a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), mulher de Paulo Bernardo e ré na ação penal, já havia apontado outras sete testemunhas de defesa, entre elas a ex-presidente Dilma Rousseff, a ex-presidente da Petrobras Graça Foster e o senador Roberto Requião (PMDB-PR).
Em setembro do ano passado, a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) abriu ação penal para investigar a suposta participação de Paulo Bernardo, Ernesto Kugler e Gleisi Hoffmann no esquema de desvios de dinheiro da Petrobras. Por unanimidade, o colegiado aceitou a denúncia apresentada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, contra os três. A decisão foi unânime.
Eles respondem por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, mas negam as acusações. Segundo a denúncia, enviada ao STF em maio, Paulo Bernardo pediu R$ 1 milhão ao ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa para abastecer a campanha de Gleisi ao Senado em 2010. O dinheiro teria sido entregue por um intermediário do doleiro Alberto Youssef a Kugler, ligado ao casal. A quantia teria sido repassada em quatro parcelas de R$ 250 mil.