BRASÍLIA – A perspectiva de retomada de crescimento econômico animou os bancos a voltarem a emprestar. As previsões para os próximos três meses melhoraram, segundo uma pesquisa feito pelo Banco Central com instituições financeiras. Para o BC, entretanto, o crédito não será o responsável pela recuperação da atividade como no passado. Poderá ser, no máximo, um coadjuvante porque 2016 deve ser o primeiro ano com queda do volume de empréstimos no Brasil.
Por causa da recessão econômica, o volume de empréstimos deve encolher 2% neste ano. A projeção foi revisada nesta quarta-feira pelo BC. Antes, a autarquia apostava em aumento de 1%. Se confirmada, será a primeira queda do volume de empréstimos desde 2007, quando a autarquia começou a registrar os dados.
No ano passado, o crédito já havia desacelerado bastante. Mesmo assim, cresceu 6,7%.
Mais retraídos, os bancos devem cortar 5% o crédito livre (descontados empréstimos direcionados como os da casa própria). A estimativa anterior era de uma retração mais leve de 1%. Já a aposta para os empréstimos direcionados passou de alta de 3% para 1%.
Segundo o BC, a perspectiva de aprovação de empréstimos para grandes empresas passou de -0,55 no trimestre passado para -0,15 nos próximos três meses. O indicador do Banco Central vai de -2 até +2. Ou seja, os bancos estão menos pessimistas. Para micro e pequenas empresas, o índice subiu de -0,87 para -0,40.
Houve mais otimismo em relação às pessoas físicas. Para o consumo, o índice foi de -0,29 no trimestre passado para +0,05 nos próximos três meses. Já para a casa própria, aumentou de de +0,13 para +0,50.