RIO ? Em operação realizada na última semana para averiguar uma denúncia sobre a qualidade dos alimentos vendidos no restaurante japonês Koni, no Boulevard Rio Shopping, em Vila Isabel, na Zona Norte do Rio, fiscais do Procon Carioca encontraram 43 quilos de alimentos impróprios ao consumo.
Foi constatada no local a violação do Código de Defesa do Consumidor, pela presença de alimentos mal acondicionados, sem identificação e com a validade vencida. Os produtos foram inutilizados e descartados. A empresa foi notificada e, após o prazo de defesa, que é de dez dias, poderá ser multada.
“Estamos sempre fiscalizando o controle de validade e condições das mercadorias mantidas em depósito ou expostas à venda, especialmente no que diz respeito aos gêneros alimentícios. Portanto, os donos de estabelecimentos que não cumprirem a lei, além de serem multados, poderão ser presos em flagrante pelo crime”, afirmou o presidente do Procon Carioca, Fábio Ferreira.
Segundo a autarquia, a fiscalização foi motivada pela denúncia da enfermeira Nice Carvalho, mãe de uma cliente. Ao registrar a reclamação junto ao Procon Carioca, ela contou que a filha, Carolina Carvalho, e o namorado, Victor Villaça, pediram por telefone uma refeição do restaurante na última terça-feira, dia 6, e algumas horas depois de consumirem os alimentos, começaram a passar mal, com episódios de desmaiosm vômitos e diarreia.
? Algum tempo depois de comerem, minha filha e o namorado tiveram uma indisposição, que acabou se agravando bastante. Acabei levando-os ao hospital, e, no caso da minha filha, o quadro evoluiu para uma infecção intestinal muito severa. Amanhã, faz uma semana do ocorrido, e não houve melhora. Ela está muito abatida, emagreceu muito ? conta Nice.
Segundo ela, depois de postar a situação numa rede social, viu que as pessoas comentavam que tiveram os mesmos sintomas após comerem no restaurante.
?Vi que não era um caso isolado. O problema é se tratar de uma comida crua, muito manipulada, e não sabermos se as pessoas seguem as normas de higiene, lavam as mãos, a procedência e validade dos alimentos, se há selo de qualidade. Pelos relatos das pessoas, achei que tinha alguma coisa errada e resolvi denunciar. Hoje, aconteceu com minha filha. Amanhã, pode ser com uma criança ou idoso, muito mais vulneráveis. O caso é sério e pode levar à morte ? ressalta a enfermeira, que pede uma fiscalização mais eficaz nesse tipo de estabelecimento.
Procurada pela reportagem, a Rede Koni afirmou ter se surpreendido pelo ocorrido, uma vez que possui um grupo formado por nutricionistas preparadas para orientar e atuar em seus restaurantes, acrescentando que o fato foge totalmente do padrão que a rede exige de seus franqueados.
? De forma prática, nosso time já está à frente e tratando todas as questões apontadas pelo Procon, como troca de equipamento e adequação de procedimento de identificação nas etiquetas. Fizemos uma intervenção na unidade e destacamos um técnico para que faça uma apuração in loco e acompanhe a operação ? afirmou o diretor da marca Koni, Michel Jager.
Segundo ele, como os fatos relatados ferem questões contratuais, a rede promete agir de maneira contundente junto à franquia, tomando as medidas cabíveis. a primeira delas foi a imediata autuação do franqueado.