BRASÍLIA – O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), reforçou nesta quarta-feira aguardará a posição do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o pedido de prisão feito pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, mas disse que, quando há o “desprezo pela democracia”, a sociedade para um “preço doido” por isso.
Dentro da cobrança feita na véspera pelos senadores para ter acesso aos autos dos pedidos de Janot e das gravações de Sérgio Machado, o senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES) protocolou nesta quarta-feira junto à Procuradoria Geral da República e ao Supremo Tribunal Federal ofícios requerendo a divulgação do conteúdo dos pedidos de prisão de Renan, do senador Romero Jucá (PMDB-RR), do ex-presidente José Sarney e do presidente afastado da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e das gravações e da delação de Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro.
Os ofícios de Ferraço são endereçados ao procurador-geral Rodrgio Janot e ao ministro Teori Zavascki, relator dos processos da Lava-Jato no Supremo.
Renan repetiu que sua resposta é o silêncio.
Mas a democracia é um conceito amplo, e de toda vez que nós, como sociedade, dermos vazão ao desprezo pela democracia, pagamos um preço longo, doido (…), um um preço altíssimo, altíssimo e demorado. E isso é uma coisa com a qual não podemos mais concordar disse Renan.
Nos requerimentos encaminhados a Janot e a Teori, Ferraço pede que seja confirmada a informação dos pedidos de prisão e que haja o “compartilhamento da peça, contendo o arrazoado e a fundamentação que levou à Vossa Excelência a requerer pedidos de prisões”. Para Ferraço, a “reserva na divulgação dos fundamentos desses eventuais pedidos de prisão causa instabilidade a uma das mais importantes instituições da República: o Senado.
O senador alega que não se trata de interferência nas atividades do Ministério Público.
Nos outros dois ofícios, que tratam de Sérgio Machado, ele diz que a “sociedade tem o direito de conhecer a íntegra dos diálogos gravados por Sérgio Machado. E alega que a transparência é a melhor alternativa neste caso e ainda pede a “íntegra da delação” feita pelo ex-presidente da Transpetro.