BRASÍLIA – O senador Raimundo Lira (PMDB/PB) apresentou, nesta terça-feira, parecer favorável à indicação do economista Ilan Goldfajn para a presidência do Banco Central (BC). Nos próximos dias, o indicado deve ser sabatinado pelos senadores. A data para que ele responda às perguntas dos parlamentares está em discussão na sessão desta manhã e terá que ser decidida por unanimidade.
A intenção do governo é que a sabatina ocorra nesta quarta-feira às 9h na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado (CAE), apesar de o regimento impor um prazo mínimo de cinco dias. Dessa forma, Goldfajn conseguiria ser nomeado a tempo de participar da próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), marcada para 7 e 8 de junho.
? Pedi a revogação do artigo que coloca o prazo mínimo de cinco dias porque tive a informação, de um assessor do presidente do BC Alexandre Tombini, de que ele não se sentia confortável de participar da reunião do dia 7. Não foi iniciativa pessoal do relator ? explicou Lira.
Primeiro a falar, o senador Lindbergh Farias (PT/RJ) sinalizou não concordar com a data. Ele argumentou que há um risco de em nomear um novo presidente do BC em um momento em que ainda não há decisão sobre o impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff.
? Você quer mudar o presidente do BC em um governo interino. E se a presidente Dilma voltar? Olha que instabilidade nós estaríamos passando.
Ele ainda apontou que há um possível conflito de interesses na nomeação. Segundo ele não está comprovado ao Senado que Goldfajn já teria vendido suas ações como sócio do Itaú-Unibanco. Pela norma, ele teria que vendê-las até a aprovação da indicação pelo Senado. Ele pediu para que a questão fosse analisada pelo Conselho de Ética.
Segundo o senador Raimundo Lira, a venda das ações seria concluída até o fim do dia de hoje.