MADRID ? Frente à série de escândalos políticos que já viveu a Espanha na última década, o rei Felipe pediu nesta quinta-feira que o governo, os deputados e so senadores trabalham para acabar com a corrupção no país. Em um discurso muito direto, o monarca reforçou o peso negativo destes episódios para a opinião pública. E uma das figuras mais emblemáticas neste cenário foi a sua própria irmã, a infanta Cristina, que se sentou no banco dos réus ao se envolver um escândalo de suposta fraude fiscal cujo protagonista é o seu marido.
? A corrupção indignou a opinião pública e tem que se tornar uma triste recordação de um flagelo que devemos vencer e superar ? declarou o rei. ? Os valores éricos devem inspirar a nossa vida pública.
Além da infanta Cristina, que ainda não sabe se será condenada por fraude fiscal, estão sendo processadas várias figuras importantes do cenário político espanhol. Dentre eles, estão líderes vinculados ao Partido Conservador (PP), a legenda governista, e ao Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE).
No mesmo dia, um comunicado da “Transparência Internacional” revelou que mais de 80% dos espanhois considera que o governo não está conduzindo bem o combate à corrupção. Em resposta a este cenário, o rei propõe o que chama de uma “regeneração moral da vida pública” para recuperar a confiança dos cidadãos.
O evento desta quinta-feira marcou o fim dos dez meses de bloqueio político que a Espanha viveu entre dezembro de 2015 e outubro deste ano. O impasse decorreu da incapacidade dos partidos de formar uma maioria para governar o país. Por isso, o monarca fez um apelo em favor do diálogo no novo governo, que será comandado pelo conservador Mariano Rajoy, em seu segundo mandato como presidente.