Treze cidades tiveram avanço considerável da população; 19 cidades “perderam” moradores
Itaipulândia – A região oeste do Paraná cresceu, neste século, 15,19% demograficamente. Os dados são do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) com base nos números do Censo de 2000 e a estimativa populacional divulgada ontem referente a 2017.
Em gente, significa que a região ganhou nesse período 172.999 moradores, chegando agora ao total de 1.311.581 habitantes, contra 1.138.582 que havia em 2000. Contudo, o crescimento populacional ficou concentrado de forma mais expressiva em 13 cidades e com percentuais muito relevantes em três delas: Itaipulândia (55%); Cafelândia (54%) e Toledo (33).
Essa realidade regional, segundo o diretor-geral do IBGE no Paraná, Sinval Dias dos Santos, não se difere de outras regiões do Estado onde se observa que cidades que investiram em arranjos produtivos locais, como as cooperativas e a consolidação da indústria, neste caso ligada ao agronegócio, estão ganhando novos moradores. “Onde há arranjos produtivos locais, observa-se que o desenvolvimento populacional é maior. São cidades que crescem porque as pessoas vão até elas em busca de oportunidades de trabalho e de renda”, analisa o diretor.
Há outro fator influenciador como nos casos de Cascavel (crescimento de 30% em 17 anos) e Toledo. Por serem polos educacionais, o índice migratório teve avanço expressivo. “Geralmente os dois fatores que influenciam no crescimento populacional são estes: educação e renda, mas a renda ainda vem em primeiro plano”, reforça, ao lembrar que nos casos de Toledo e Cascavel, além de polos educacionais, também há mais oportunidades de trabalho.
Somando à população de Foz do Iguaçu, essas três cidades concentram 53% da toda a população regional.
Cooperativismo
Em Cafelândia, o Censo Demográfico de 2000 apontou que 11.143 pessoas viviam na cidade. Em 1º de julho deste ano, data-base para a estimativa 2017, o IBGE já considerava 17.175 moradores. “E no caso de Cafelândia não restam dúvidas de que foi a cooperativa [Copacol] e o agronegócio que fizeram com que a cidade crescesse tanto em tão pouco tempo”, afirma Sinval.
As que estagnaram
Se o crescimento mais expressivo ficou consolidado em 13 cidades, em 18 delas até houve crescimento nos últimos 17 anos, mas pequeno e, por já serem em sua maioria municípios de pequeno porte, no resultado final da equação o crescimento populacional foi bem simbólico.
Mas há na lista dos estagnados a bela e conhecida mundialmente Foz do Iguaçu, a segunda maior cidade da região. A Terra das Cataratas cresceu míseros 2% em 17 anos, saiu de 258.543 habitantes (2000) para 264.044 (2017).
Dentre as justificativas para esse fenômeno podem estar: o enfraquecimento do contrabando neste período e a migração de quem queria fugir da violência, já que no início do século a cidade figurava entre as mais violentas do País.
Perderam habitantes
Na outra ponta da tabela estão 18 cidades que tiveram decréscimo populacional no período e uma delas que conseguiu o fenômeno 0. Isso mesmo, nem um habitante a mais ou a menos de 2000 a 2017.
O principal exemplo da retração regional é Guaraniaçu, que recuou 24% no número de seus moradores. Partiu de 17.201 em 2000 e hoje tem 13.641.
Somadas, essas 19 cidades perderam em 17 anos 15 mil moradores. Para se ter uma ideia, se esses 15 mil habitantes tivessem criado uma nova cidade, ela seria maior que 35 dos municípios da região oeste.
Paraná e Brasil
A estimativa populacional do IBGE divulgada ontem apontou que o Paraná tem 11.320.892 habitantes, número 0,76% maior que o registrado na estimativa de 2016. Já nos 5.570 municípios brasileiros, a estimativa revela que são 207,7 milhões de habitantes e uma taxa de crescimento populacional de 0,77% de 2016 para 2017, um pouco inferior do que a taxa 2015/2016 (0,80%).