Foz do Iguaçu – Dez mutuns-de-penacho (Crax fasciolata), ave que há mais de 30 anos é considerada extinta nas províncias argentinas de Misiones, Corrientes e Santa Fe, e subsiste em baixo número ao leste das províncias de Formosa e Chacona, foram doados pelo Refúgio Biológico de Itaipu para serem reintroduzidas no Parque Nacional de Iberá, em Corrientes.
As aves atravessaram a fronteira de Foz a Puerto Iguazú no dia 10 de setembro. Vão passar por um período de quarentena antes de serem soltas na reserva ambiental.
A doação do Refúgio foi feita à fundação The Conservation Land Trust Argentina (CLT), encarregada de um programa de reintrodução de espécies em perigo de extinção, em conjunto com o governo de Corrientes e com o Ministério de Meio Ambiente da Argentina.
A situação do mutum-de-penacho, no Brasil, é melhor do que na Argentina, embora aqui também seja considerada “vulnerável”, devido à degradação ambiental e ao fato de ser uma das aves preferidas pelos caçadores ilegais.
As aves doadas são quatro machos e seis fêmeas, criados no Refúgio Biológico Bela Vista, pertencente à Itaipu Binacional.
Na Argentina (assim como no Brasil), junto com o papagaio-roxo, o mutum-de-penacho é considerado fundamental para a regeneração de bosques nativos, por dispersar sementes dos frutos que consome.
Em Corrientes, a última vez que um mutum foi avistado foi há quase 40 anos, quando ainda era visto no norte da província.