SÃO PAULO – Quatro dos principais pré-candidatos à prefeitura de São Paulo terão suas candidaturas oficializadas neste domingo em convenções partidárias. São eles: o prefeito Fernando Haddad (PT), o deputado Celso Russomanno (PRB), o empresário João Doria (PSDB) e a deputada Luiza Erundina (PSOL). Com exceção de Russomanno que marcou a festa para um bairro da periferia da cidade, os demais eventos acontecerão na região central da cidade. A senadora Marta Suplicy (PMDB) é a única entre os principais pré-candidatos que deixou para o próximo fim de semana a formalização de seu nome.
Além dos pré-candidatos, lideranças políticas como o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o governador Geraldo Alckmin participarão dos atos de seus afilhados políticos, Haddad e Doria, respectivamente.
Seguindo tendência nacional, a eleição paulistana terá um quadro de candidaturas bastante fragmentado. A corrida está embolada, conforme mostram as pesquisas eleitorais. A mais recente delas, divulgada pelo Instituto Datafolha na semana passada, apontou Russomanno na liderança com 25% das intenções de voto, seguido por Marta com 16%. Erundina, com 10%, Haddad, com 8%, Doria, com 6%, formam um pelotão empatado na margem de erro no terceiro lugar.
Uma candidatura ainda está indefinida: a do vereador e ex-PSDB, Andrea Matarazzo, hoje filiado ao PSD. O novo partido do pré-candidato está de namoro com o PMDB de Marta em busca de uma aliança. Nela, Matarazzo poderia ser vice da senadora. O vereador, entretanto, tem resistido em abrir mão da candidatura própria. Matarazzo aparece com 4% das intenções de voto.
As maiores coligações serão as formadas em torno de Haddad e Doria. Ambos devem ter os maiores tempos no horário eleitoral. O petista aposta na TV para melhorar a imagem de sua gestão, aprovada por apenas 14% dos paulistanos, segundo o Datafolha. Já o empresário tucano precisa da exposição diária para se tornar conhecido da população. Doria disputa pela primeira vez uma eleição.
O petista receberá o apoio do PR, PCdoB, PROS e PDT, que indicará o vice da chapa, o ex-secretário de Educação Gabriel Chalita. A grande estrela da convenção do PT será Lula. A presidente afastada Dilma Rousseff foi convidada, mas não estará presente. Apesar de não ter a mesma popularidade de quatro anos atrás, quando viabilizou a candidatura do então desconhecido Haddad, Lula ainda é visto pelos petistas como um cabo eleitoral importante, principalmente na periferia.
Como reflexo dos novos tempos, com poucos recursos para financiar as campanhas, o palco da convenção do PT neste domingo terá um cenário muito mais simples do que o de quatro anos atrás. Em 2012, Haddad teve a candidatura homologada em um mega festa no Expo Center Norte, um moderno espaço de eventos de São Paulo. A convenção deste ano será na modesta quadra do Sindicato dos Bancários, no centro.
No mesmo horário, em outro ponto da cidade, Luiza Erundina será homologada candidata em convenção do PSOL. Apesar de pouca estrutura para a campanha e não ter perspectiva de alianças que aumentem de forma considerável o seu tempo de televisão, Erundina acredita que pode herdar os votos dos eleitores desiludidos com O PT e assim viabilizar as chances de ir ao segundo turno;
Doria tem o apoio do PSB, DEM, PV, PPS, PP, PHS, PMB, PTdoB, PRP, PTC e PSL. Os tucanos vão para a eleição paulistana com uma chapa pura. O vice de Doria é o deputado Bruno Covas (PSDB-SP). A convenção será no auditório da Federação do Comércio de São Paulo (Fecomércio).
Já Russomanno fará a convenção no bairro da Penha em um salão de festas. Até o momento o único apoio anunciado ao deputado é do PSC, do pastor e deputado Marco Feliciano, que desistiu de disputar a prefeitura. Russomanno vive uma situação delicada. Ele tem um ação penal por peculato para ser julgada pelo Supremo Tribunal Federal. Se condenado, ele torna-se ficha suja e não poderá prosseguir com a campanha. A previsão é o STF aprecie o caso do deputado em agosto.