A Adapar (Agência de Defesa Agropecuária) de Cascavel registrou neste começo de 2022 quatro novos casos de raiva bovina em Cascavel. Desta vez, o foco da zoonose é no distrito de São João do Oeste. O melhor caminho para a prevenção é a vacinação do rebanho. “Quando o produtor notar qualquer alteração ou sintomas neurológicos nos animais, contate imediatamente a Adapar. Isso vale também quando descobrir algum abrigo de morcegos”, informou Luciana Riboldi, médica veterinária da Adapar.
A raiva em animais herbívoros é uma das preocupações constantes dos pecuaristas da região Oeste do Paraná. Com o Parque Nacional do Iguaçu como reservatório da doença, volte e meia casos acometem os rebanhos de bovinos, equinos e ovinos dos municípios ao entorno e também dos mais afastados. Transmitida principalmente pela espécie de morcego hematófago (se alimenta de sangue) Desmodus rotundus, a zoonose (que também passa para humanos) precisa ser dada atenção.
A raiva é causada por um vírus e pode ser adquirida por todos os mamíferos. O morcego geralmente ataca animais em locais abertos, devido à facilidade. Eles mordem a presa e sugam o sangue. Se o animal não está imunizado, ele é contaminado com o vírus, que possui um período de incubação bastante variável. “Nos morcegos, por exemplo, pode demorar até 250 dias até aparecer os primeiros sinais. Nos bovinos, pode variar de 30 a 90 dias. Nos homens, de 20 a 60. Após a manifestação dos sintomas, aí não há mais o que fazer”, explicou a médica.
Os sinais compatíveis com suspeita de raiva nos herbívoros são o isolamento, perda de apetite, salivação abundante, perda de equilíbrio e consequentes quedas, opistótono (estiramento do pescoço), entre outras. “É importante destacar que a raiva nos herbívoros é a paralítica e não a raiva furiosa, como nos cães. Quando um médico veterinário identifica animais com sintomatologia de doenças nervosas, ele precisa informar obrigatoriamente a Adapar. Nós fazemos a coleta e enviamos ao laboratório o material para confirmar”, disse. “Infelizmente confirmamos esse caso na Colônia Barreiros, em Cascavel”, disse.
A prevenção em humanos é a vacinação e, após a mordida e durante o período de incubação, é possível tratar com soro. Os médicos veterinários e produtores que podem ter contato com os animais, precisam sempre estar também imunizados. Os animais contaminados após o óbito devem ser enterrados em covas fundas, minimizando assim os riscos de transmissão.
A imunização através do uso de vacina é a forma de previnir os rebanhos contra esta enfermidade. Em 2021, diversos casos foram registrados no município.
“Destacamos a importância do custo da vacina em relação ao custo dos animais e o custo benefício no investimento na prevenção da raiva. Também é importante informar que a vacina antirrábica é elaborada com diluente aquoso e, portanto não provoca abcessos nem febre nos animais desde que administrada sob condições adequadas de higiene”, declarou Luciana Riboldi, médica veterinária da Adapar. O número de casos pode aumentar para 6, já que foram feitas novas coletas na tarde de quarta-feira (5).
Os morcegos – Quando o produtor rural desconfiar de algum abrigo de morcegos e notar ataques aos animais, é preciso chamar a Adapar. Eles são facilmente identificados pelas fezes. Os demais morcegos possuem as fezes semelhantes às dos ratos.
Após comunicação de possível abrigo de morcegos, os servidores da Adapar vão até o local, fazem a captura dos animais e, em alguns casos, fazem o controle da população com pasta vampiricida.
Contate a Adapar para dúvidas ou notificação de animais suspeitos:
Telefones: (45) 2101-4955, 2101-4961, 2101-4968
e-mail: [email protected]
NOVO ENDEREÇO: Av. Brasil 2040, esquina com a Av. Rocha Pombo.
(Via Assessoria/Portal Sot)