BRASÍLIA – Deputados do PSOL elaboraram, nesta terça-feira, um requerimento de informação questionando o governo sobre o encontro do presidente interino Michel Temer com o presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). O requerimento, que deve ser respondido em até trinta dias – prorrogáveis por mais trinta -, sob pena de crime de responsabilidade, é endereçado ao ministro Geddel Vieira Lima, da Secretaria de Governo.
Os deputados protocolaram o documento na Secretaria Geral da Mesa nesta terça. Agora, o presidente interino da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA), deve assinar uma autorização para que o requerimento siga para o ministro.
Temer recebeu Cunha na noite de domingo no Palácio do Jaburu. O encontro não estava na agenda oficial do presidente interino. Quando foi divulgada a informação do encontro entre os dois, a equipe do presidente interino confirmou. Cunha, porém, nega.
O deputado Chico Alencar (PSOL-RJ), junto com Ivan Valente e Glauber Braga (RJ), fez cinco perguntas no requerimento, que devem ser respondidas pelo governo. Ele quer saber se de fato houve a reunião, já que há versões conflitantes entre as duas partes; se o encontro estava na agenda oficial de Temer – o que já sabem que não estava e, em não constando na agenda, questionam por que motivo a reunião teve “caráter sigiloso”; perguntam o que foi tratado na reunião; questionam, ainda, se Temer está ciente de que Cunha está afastado do mandato de deputado e é réu no Supremo Tribunal Federal; e, por fim, se o presidente interino está ciente de que Cunha teve o pedido de cassação aprovado pelo Conselho de Ética da Câmara.
Ontem, um auxiliar de Temer afirmou que a ideia era que o encontro permanecesse reservado. Mas que, quando soube que a notícia já estava circulando, o presidente interino minimizou, afirmando que, apesar de estar afastado, Cunha é um deputado no exercício de seu mandato.
Converso com todo mundo. Embora afastado, ele é um deputado no exercício do seu mandato disse o presidente interino, segundo esse auxiliar.