SÃO PAULO – Sem lideranças importantes do PSDB como o ex – presidente Fernando Henrique Cardoso no palanque, a convenção do PSDB que oficializou neste domingo o empresário João Doria como candidato a prefeito foi marcada por apelos de união do partido para a eleição na maior cidade do país. Esse foi o tom da maioria dos discursos e também de um vídeo gravado pelo presidente nacional do PSDB, Aecio Neves.
– As disputas existem e fazem bem à democracia. Mas agora é hora da unidade – afirmou o líder nacional tucano, que está em Portugal.
Das lideranças ausentes ele foi o único que mandou uma mensagem a Doria. Na tentativa de reduzir o desconforto, o candidato justificou a ausência do ministro Jose Serra por conta de uma viagem ao exterior. Em relação à FH disse que ele ainda participará da campanha. Os dois tucanos apoiaram o concorrente de Doria nas prévias, o vereador Andrea Matarazzo, hoje no PSD. A disputa interna deixou sequelas. Tucanos são autores de uma investigação no Ministério Público contra Doria por compra de votos.
Aos adversários internos, Doria mandou um recado de armistício.
– Política não se faz com o fígado mas com grandeza. Eu tenho muito respeito por todos eles.
Embora a eleição seja municipal, o cenário político nacional roubou a cena na convenção com discursos raivosos contra o PT. O governador Geraldo Alckmin foi recebido com gritos de “presidente do Brasil”. Ele tem planos de se candidatar em 2018.
O próprio governador adotou tom nacional em seu pronunciamento ao acusar os petistas de “saquearem” o país e concluiu:
– O PT quer vencer a eleição para se redimir. O João quer vencer para resolver os problemas do nosso povo – disse Alckmin.
O candidato a vice, deputado Bruno Covas, usou a expressão “enterrar o PT” ao se referir ao objetivo da campanha tucana este ano.
A ausência de FH não foi apenas física. As maiores lideranças do partido mencionadas à exaustão no evento foram os ex-governadores Mario Covas e Franco Montoro.