BRASÍLIA – Os líderes do PSDB, Antonio Imbassahy (BA), e do DEM, Pauderney Avelino (AM), reagiram nesta quarta-feira à decisão do presidente interino da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA), de presidir a sessão de votações da Casa. Irritados, os dois líderes avisaram da tribuna da Casa que, apesar de defenderem a aprovação da DRU (Desvinculação de Receitas da União) em segundo turno, não irão votar a matéria se Maranhão estiver na presidência da sessão.
Queremos votar a DRU, mas o deputado Waldir Maranhão veio para tumultuar. Com ele aqui não iremos votar! É importante trazer a normalidade política para a Casa, mas não é com gestos como este que conseguiremos fazer isso disse Pauderney Avelino.
O líder do DEM defendeu que outros partidos assinem requerimento dos partidos da antiga oposição – PSDB, DEM e PPS – para que seja declarada a vacância do cargo de presidente da Câmara. Os partidos vêm defendendo essa tese desde que Eduardo Cunha foi afastado, mas as legendas do centrão não concordam e os que apoiam Dilma Rousseff defendem a cassação do mandato dele.
O líder do PSDB, Antonio Imbassahy (BA), disse que a presença de Maranhão na condução da sessão de votação “surpreende” a muitos e, dirigindo-se ao líder do governo na Câmara, André Moura (PSC-SE), avisou que se Maranhão estiver presidindo o partido não votará a DRU.
A presença de vossa excelência hoje na sessão surpreende a muitos. No momento em que decidiu suspender a votação do impeachment, assinou uma das páginas mais negras dessa Casa. Não reúne condição para dirigir as sessões. Me dirijo ao líder André Moura: todos queremos votar o segundo turno da DRU, mas é necessário o ato de renúncia de vossa excelência da presidência dessa sessão afirmou Imbassahy.
O líder tucano solicitou que os demais líderes assinem o requerimento que permitirá a declaração da vacância da Presidência da Casa. Imbassahy fez apelo enfático ao PT.
Maranhão não responde às críticas e limita-se a passar a palavra para os líderes se pronunciarem. Além de líderes, outros deputados também apelam para que Maranhão deixe de presidir a sessão.