Cotidiano

Proteção Animal começa com educação

A educação e a mudança cultural em relação à proteção animal foram o foco das discussões do 1º Fórum de Proteção e Bem-Estar Animal, realizado nesse domingo no Teatro Municipal de Cascavel. “Nosso objetivo é conscientizar a sociedade sobre os direitos dos animais e as responsabilidades que nós, seres humanos, temos em relação a eles. Esse é o primeiro passo para mudar a realidade e caminhar para uma verdadeira proteção dos animais”, afirma o médico-veterinário e organizador do evento, Marcelo Morato.

Profissionais renomados compartilharam experiências e informações técnicas sobre o assunto.

E foi justamente em busca de informação que fez o segundo-tenente Thiago Seiji, da Polícia Militar, prestigiar o evento. “Vim como cidadão e também representando a PM. Na verdade, nós tivemos uma situação que me chamou a atenção, de uma denúncia de maus-tratos a animais em que fomos acionados e a denunciante não gostou da atuação, afirmando que poderíamos fazer mais. Então participar de um evento como esse é uma oportunidade de entender melhor o nosso papel e como podemos ajudar ainda mais nesses casos”.

Conselho Municipal

A criação de um Conselho Municipal de Bem-Estar Animal foi um dos temas da pauta. A ideia é criar um órgão de referência tanto para fiscalização quanto para conscientização. “O conselho faria um trabalho em parceria com as ONGs e os protetores. É preciso que haja uma ouvidoria que receba denúncias e possa fiscalizar e que tenha autoridade administrativa para isso, o que os protetores não têm. O Conselho pode promover palestras e ações de conscientização sobre adoção e guarda responsável, inclusive nas escolas. A castração é uma medida paliativa, porque reduz o número de animais, mas não pode ser a única política pública em relação a esse assunto que é de saúde pública”, explica a cofundadora da ONG Sou Amigo, Evelyne Paludo.

Punição

Além de educar é preciso punir quem não respeita os animais, sejam domésticos ou não: “A Constituição proíbe a violência contra os animais, logo essa prática é crime e deve ser punida. A mobilização social em prol da causa vem crescendo e é preciso que juristas, advogados e Ministério Público se mobilizem para fortalecer essa área do direito”, disse o juiz federal e pesquisador das necessidades e especificidades da tutela jurisdicional dos animais Vicente de Paula Ataíde Júnior.