Cotidiano

Pronampe já liberou cerca de R$ 1,4 bilhão para empresas do Paraná 

Padaria Santa Tereza, a mais antiga de São Paulo, localizada na praça Doutor João Mendes.
Padaria Santa Tereza, a mais antiga de São Paulo, localizada na praça Doutor João Mendes.

Curitiba – Cerca de R$ 1,4 bilhão, do total de R$ 50 bilhões liberados pelo Governo Federal pelo Pronampe (Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte) já fazem parte do orçamento de mais de 15 mil empresas paranaenses desde 25 de julho. Foi nessa data que os bancos e instituições financeiras começaram a liberar os recursos. Criado em maio de 2020 para auxiliar os pequenos negócios no período mais crítico da pandemia, desde o ano passado essa linha de crédito tornou-se permanente. Nessa nova rodada, o Pronampe também se estende a microempreendedores individuais (MEIs).

Na época de seu lançamento, o programa tinha como custo ao tomador a taxa Selic + 1,25% ao ano, prazo de 36 meses para quitar a dívida e até oito meses para começar a pagar. Depois que virou linha permanente as condições mudaram. Além da Selic, é preciso contar com mais uma taxa de 6% ao ano. O prazo aumentou para 48 meses, sendo até 11 de carência e 37 para pagamento.

De acordo com o especialista do NAC (Núcleo de Acesso ao Crédito) da Fiep (Federação das Indústrias do Paraná), João Batista Guimarães, mesmo após as mudanças, ainda compensa contratar créditos do Pronampe. “Para o pequeno empresário essa linha é interessante porque o custo é menor do que o de linhas convencionais do mercado”, explica. Segundo o Relatório de Estatísticas do Banco Central de 27 de julho, nas operações de crédito livres com as empresas, a taxa média de juros ficou entre 22,4% ao ano, uma média de 1,7% ao mês.

Segundo o especialista da Fiep, pelas consultas ao NAC, a procura pelos recursos do Pronampe tem sido grande principalmente para capital de giro. “Embora o empresário não precise informar a finalidade do crédito no momento da contratação, sabemos pelos atendimentos realizados que a maioria dos pequenos negócios ainda busca fortalecer seu caixa para manter as portas abertas”, informa ele. “Até porque para investimentos em tecnologia e novos equipamentos, como aparelhos fotovoltaicos, por exemplo, que contribuem para reduzir a conta de energia, existem linhas mais baratas e mais atrativas do que o próprio Pronampe”, orienta.

Pelo relatório emitido pelo Banco do Brasil, gestor do fundo que garante as operações do Pronampe com o sistema financeiro, dos R$ 50 bilhões anunciados, cerca de R$ 14 bilhões já haviam sido destinados a empresas no país no período de 25 de julho até o dia 10 desse mês, somando um total de mais de 150 mil empresas beneficiadas. O Paraná foi destino de praticamente 10% destes recursos, R$ 1,4 bilhão, distribuídos por 15 mil micro e pequenos negócios.

Mesmo diante de várias opções, Guimarães recomenda cautela ao empresário antes de buscar crédito para evitar o endividamento. Isso porque as linhas de crédito disponíveis no mercado têm como referência a Selic, taxa básica de juros da economia. Ela é a principal ferramenta do Banco Central para controle da inflação e após sucessivas altas, já está em 13,75% ao ano. Há um ano estava cotada a 5,5% ao ano. “E não é só a Selic que impacta no custo final de um empréstimo. Outros tributos, encargos e despesas decorrentes de operações financeiras se somam ao custo final. Além disso, tem o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), que teve elevação na alíquota e encarece ainda mais o custo do crédito”, alerta.

A consultoria do NAC ao industrial paranaense não tem nenhum custo. Mais informações podem ser obtidas no www.fiepr.org.br/credito ou pelo e-mail.

Foto: ABR