O projeto Seda Brasil, da Universidade Estadual de Londrina (UEL), passou a integrar o comitê de Inovação Técnica da Organização Internacional da Seda (ISU). O acordo foi assinado pelo superintendente de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Paraná, Aldo Bona, em cerimônia realizada em Londrina.
A organização conta com representantes de 20 países e promove a cooperação e o fortalecimento da seda, por meio do intercâmbio entre empresas, fomento à pesquisa e o desenvolvimento da cadeia produtiva.
De acordo com a Secretaria estadual da Agricultura e do Abastecimento, o Paraná conta com mais de 1,8 mil produtores de casulo de seda em 176 municípios. A plantação de amoreiras (que são alimento para os bichos) ocupa 4.700 hectares. São 2,2 mil toneladas de fios produzidas anualmente, o que representa 83% de toda a seda do País. 96% do material são para exportação, especialmente à Europa.
“A seda é uma cadeia muito importante para o Estado, gerando empregos e renda para diversas famílias. O fortalecimento da pesquisa no setor contribui para que tenhamos um produto com cada vez mais qualidade, impulsionado pelo conhecimento dos nossos pesquisadores”, destaca o superintendente Aldo Bona.
A coordenadora-geral do projeto e diretora de Inovação da Associação Brasileira da Seda (Abraseda), Cristianne Cordeiro Nascimento, ressalta a importância da presença de pesquisadores paranaenses na organização internacional. “O compartilhamento de informações e a ajuda externa de países que estão avançados na produção da seda será essencial para implementarmos uma política da seda no Brasil, fortalecendo toda a cadeia de produção e comercialização”, afirma.
FOMENTO – O Projeto Seda Brasil reúne pesquisadores de diferentes áreas da UEL (Design, Biologia, Química e Zootecnia) e busca fomentar uma rede econômica e produtiva, incentivando novos empreendedores para o desenvolvimento da cadeia de forma sustentável.
O projeto é financiado com recursos do Governo do Estado, por meio da Unidade Gestora do Fundo Paraná (UGF). Ao todo, foram investidos R$ 662 mil em duas etapas do projeto. Os recursos são destinados ao pagamento de bolsas de estudo e custeio (equipamentos, viagens e sequenciamento genético).
O projeto da UEL, explica Cristianne, busca mostrar que a seda do Paraná é um importante ativo, “a melhor do mundo”. Um incentivo para que as pessoas voltem a produzir casulos. E, com pesquisas, melhorar a qualidade do fio, ampliar o comércio exterior e gerar renda para o pequeno agricultor.
COMITÊS – A presidente da Abraseda (Associação Brasileira da Seda), Renata Amano, é a vice-chairman da Organização Internacional da Seda, representando o Brasil. Com o intuito de promover a pesquisa acadêmica e gerar soluções inovadoras, em 2016 foram criados cinco comitês profissionais compostos por pesquisadores e empresários dos países-membros da organização. São eles: História da Cultura, Pesquisa Acadêmica, Inovação Técnica, Design de Moda e Manufatura e Comércio.