WASHINGTON – Considerado um conservador linha-dura, Jeff Sessions, o procurador-geral dos Estados Unidos, começa a promover mudanças no sistema legal do país. Depois de oito anos da administração progressista de Barack Obama, o governo americano volta a intensificar a guerra contra as drogas e aumentar o pedido de prisões preventivas. Muitos temem que ele poderá agir contra estados que regulamentaram o uso recreativo da maconha, por exemplo. Sessions
Sessions emitiu um memorando de aconselhamento para promotores federais de todo o país convocando a um recrudescimento da luta contra as drogas, segundo a imprensa americana. No documento, ele conclama os profissionais a ?empregar as ferramentas completas de leis federais para resolver o problema do crime violento em seu distrito?.
? Nós podemos virar a maré contra as drogas e o vício nos EUA, assim como fizemos anteriormente ? disse, num evento em New Hampshire, lembrando sua atuação como promotor nos anos 1980, quando o país viveu uma crise de drogas.
A postura difere da adotada pelo Departamento de Justiça nos anos Obama ? no governo do democrata, o foco era em drogas mais pesadas. Da mesma forma, Sessions já voltou a orientar para a ampliação de prisões preventivas, enquanto Obama defendia penas alternativas e perdoou milhares de detentos. O novo procurador-geral ainda disse que vai rever ações que questionavam violações de direitos humanos por parte de policiais, muitas delas abertas depois da onda de violência racial de meados do ano passado.
Sessions, que ficou sob fogo cerrado após a imprensa ter noticiado que ele se encontrou com autoridades russas no ano passado e não contou isso na sabatina do Senado ? o que levou a oposição a pedir sua renúncia ? ainda terá que enfrentar uma nova batalha judicial. Já são sete os estados que questionam na Justiça a ordem executiva de Trump impedindo por 90 dias que pessoas de seis países de maioria muçulmana obtenham visto, e suspendendo o programa de refugiados por 120 dias.
Os governos esperam repetir o sucesso do primeiro questionamento, que suspendeu os efeitos da ordem inicial na Justiça. Até agora, procuradores de Washington, Oregon, Minnesota, Nova York, Maryland, Havaí e Massachusetts recorrem da ordem.