CURITIBA – Jorge Luz e o filho dele Bruno Luz, alvos da 38ª fase da Lava-Jato, serão transferidos nesta quinta-feira de Brasília para Curitiba, onde devem chegar por volta das 17h. As informações são da Polícia Federal. Os dois foram presos na sexta-feira passada em Miami, nos Estados Unidos, e desembarcaram na capital federal na manhã do último sábado.
Paie e filho ficarão na Superintendência da Polícia Federal na capital paranaense. A transferência só vai acontecer nesta quinta-feira porque o valor das passagens aéreas estava muito alto no feriado de Carnaval.
Eles estavam em Miami quando entraram na lista de procurados pela Interpol, depois que o mandado de prisão foi expedido pelo juiz Sérgio Moro.
De acordo com as investigações, Jorge e Bruno teriam movimentado US$ 40 milhões em propina agindo como intermediários de agentes públicos e políticos, a maioria senadores.
Jorge aparece na Lava-Jato como um dos mais antigos e importantes operadores do PMDB no esquema de cobrança de propina, com a ajuda do filho. Ele teria atuação na Petrobras desde os anos 1980.
Segundo o procurador da República Diogo Castor de Mattos, integrante da Lava-Jato, agentes políticos do PMDB no Senado “ainda na ativa” foram beneficiários da propina supostamente repassada por Jorge e Bruno Luz.
Um relatório da Polícia Federal de 2015 já alertava para risco de fuga para o exterior dos dois operadores. Bruno Luz tem dupla cidadania, brasileira e portuguesa.
Segundo o advogado Gustavo Teixeira, que os defende, os clientes não foram ?presos nem muito menos algemados? nos Estados Unidos, mas abordados pela polícia de imigração. Depois disso, decidiram se apresentar espontaneamente às autoridades brasileiras, custeando as próprias passagens e sem restrição de liberdade.
Segundo as investigações, Jorge e Bruno estão envolvidos em pelo menos seis episódios de corrupção e lavagem de dinheiro no esquema da Petrobras e foram citados por ao menos dois delatores da Lava-Jato: Paulo Roberto Costa e Fernando Soares, o Baiano.
De acordo com as investigações, os operadores do PMDB usaram contas de offshores no exterior para pagar propina “de forma dissimulada”. Foram identificados pagamentos em contas na Suíça e nas Bahamas.
Pai e filho são investigados por corrupção, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. A atuação mais frequente de ambos se dava nas diretorias Internacional da Petrobras, de Serviço e de Abastecimento.