BRASÍLIA – O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), foi ao Palácio do Planalto no fim da tarde desta terça-feira para explicar ao presidente Michel Temer por que tirou de pauta a votação do projeto que altera a lei da repatriação. Na avaliação de Maia, não será mais possível votar a matéria, já que o prazo final para a adesão dos que quiserem repatriar recursos remetidos ao exterior sem conhecimento do governo se encerra no próximo dia 31.
? O problema foi que numa semana teve o líder do governo falando o que não estava combinado, e hoje teve o PT obstruindo, num dia em que não tem quorum. Eu expliquei para o presidente que eu não posso fazer nada, não posso ficar insistindo. Ele disse que eu tenho razão, que sem acordo não tem como votar ? disse Maia ao GLOBO.
Segundo ele, Temer lamentou a impossibilidade de mexer na lei. Nos últimos dias, o governo negociou com governadores de vários estados para incluir no texto que seria votado um gatilho para que toda vez que a multa sobre o dinheiro a ser repatriado fosse superior a R$ 25 bilhões, o montante seria repartido entre a União e estados.
? Para o governo é ruim, porque ele perde arrecadação. O presidente achava que era importante ter votado a repatriação porque ele tinha um acordo com os governadores, que era bom para o governo ? afirmou.
Depois de se encontrar com Temer, Maia foi até o gabinete do ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha.