PEQUIM e HONG KONG – A economia da China teve um desempenho melhor do que o esperado no terceiro trimestre e os riscos da dívida do país estão sob controle, afirmou nesta terça-feira o primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, em discurso em Macau.
?A economia da China no terceiro trimestre não apenas ampliou o ímpeto de crescimento do primeiro semestre como também mostrou muitas mudanças positivas?, disse Li no discurso transmitido ao vivo na TV estatal.
Importantes indicadores econômicos como produção e lucro industriais e investimentos têm se recuperado, disse ele. Mais de 10 milhões de novos empregos urbanos foram criados nos nove primeiros meses, com a taxa de desemprego baseada em pesquisas caindo abaixo de 5% em setembro, disse ele, acrescentando que a economia ainda enfrenta pressões.
A China será capaz de alcançar suas principais metas econômicas este ano e manter o crescimento a uma velocidade entre média e alta, disse ele. O governo busca um crescimento econômico anual de 6,5% a 7% em 2016, contra 6,9% em 2015, expansão mais lenta em 25 anos.
Li afirmou ainda que os riscos da dívida da China estão sob controle, mas acrescentou que o governo adotará medidas para reduzir os altos níveis da dívida de empresas não financeiras para ajudar a conter os riscos financeiros.
ALERTA SOBRE DÍVIDA
Por outro lado, o aumento dos níveis de dívida vai piorar os perfis de crédito dos 200 maiores empresas da China este ano, exigindo que os bancos do país levantem até US$ 1,7 trilhão em capital para cobrir um provável aumento dos créditos podres, disse a Standard & Poor?s Global em relatório nesta terça-feira.
O estudo não vê grande margem para melhorias em 2017 em meio à piora de alavancagem e excesso de capacidade em quase todos os setores. A dívida tem aparecido como um dos maiores desafios da China, com a carga da dívida do país subindo para 250 por cento do Produto Interno Bruto (PIB).
Setenta por cento das empresas na pesquisa da S&P eram de propriedade do Estado, e elas respondiam por US$ 2,8 trilhões, ou 90% da dívida total das companhias analisadas.
A S&P estima que o percentual de créditos com problemas em bancos chineses já estava em 5,6% no final de 2015. Em um cenário mais pessimista de crescimento do crédito inabalável, isso poderia piorar para 11% a 17%.
Em tal situação, os bancos precisariam de até US$ 1,7 trilhão em recapitalização em 2020, estima a S&P. Mesmo sob um cenário base, seriam necessários US$ 500 bilhões.