PARIS- O grupo C40, que reúne mais de 80 importantes cidades dos cinco continentes no combate às mudanças climáticas no mundo, aderiu às vozes que pressionam as potências a adotarem as medidas contra o aquecimento global previstas no acordo assinado por 174 países e mais a União Europeia na conferência COP-21, realizada no final de 2015 em Paris. ambiental
Em um comunicado que será entregue ao grupo dos países do G20 (das 20 maiores economias do planeta), com encontro previsto nos próximos dias 4 e 5 em Hangzhou, na China, os prefeitos do C40 apelam para a ratificação ?o mais rapidamente possível? do acordo de Paris, ?permitindo assim sua entrada em vigor nos próximos meses?. É preciso que 55 países responsáveis por 55% das emissões mundiais de gases de efeito estufa ratifiquem o acordo para validá-lo. Nove meses após a reunião de Paris, pouco mais de 20 países ratificaram o documento ? o Brasil fará isso no próximo dia 12, segundo a Presidência da República.
Nesta semana, o francês Laurent Fabius, que presidiu os trabalhos da COP-21, denunciou a inércia e apelou para a urgência no avanço dos compromissos assumidos. ?Promessas foram feitas, mas o fato é que hoje nem a China, nem os Estados Unidos, nem a União Europeia, nem a Índia, nem a Rússia ? os cinco primeiros emissores mundiais de CO2 ? deram o passo. E é vital que o façam rápido?, alertou em artigo publicado no jornal ?Le Monde?.
?CONTRA A PAREDE?
A prefeita de Paris, Anne Hidalgo, presidente eleita do C40 (assumirá em dezembro o lugar do prefeito do Rio, Eduardo Paes) se aliou ao alerta.
? Estamos contra a parede e temos de implantar os atos que permitirão evitar uma desregulação climática irremediável ? disse Hidalgo ao GLOBO. ? Mais uma vez as cidades estão na vanguarda: luta contra a poluição, transição energética, vegetalização. As 85 cidades do grupo representam 25% do PIB mundial.
O C40 lembra que para impedir que o aumento das temperaturas fique 1,5 grau Celsius acima dos níveis pré-industriais, o gás de efeito estufa deverá ser contido até 2020, e propõe um parceria com os Estados: ?Devemos melhorar a cooperação entre governos nacionais, regionais e locais para trabalhar juntos no objetivo comum de legar às gerações futuras um mundo sustentável?, diz o documento.
* Especial para O GLOBO