RIO ? O procurador Leonardo Cardoso de Freitas, do Ministério Público Federal, solicitou nesta segunda-feira à Justiça Federal a transferência do ex-assessor do ex-governador Sérgio Cabral, Paulo Fernando Magalhães Pinto do presídio Bangu 8 para uma unidade de custódia federal, a ser definida. O MPF cita informação divulgada no último domingo pela coluna de Lauro Jardim, no GLOBO, de que Paulo estaria negociando um acordo de delação premiada, prestes a ser homologado pela Justiça, o que ?pode colocar em risco sua integridade física?. O ex-assessor está preso na mesma unidade de Cabral.
?O MPF, por força de determinação legal, não confirma ou nega a existência de qualquer acordo de colaboração antes do momento processual adequado. Contudo, reconhece o subscritor que a notícia veiculada pelo requerente ? verdadeira ou falsa ? pode colocar em risco sua integridada física?, afirma o procurador.
Após a divulgação da notícia da possível delação, a defesa de Paulo Magalhães Pinto enviou ofício à Justiça Federal pedindo a ?revogação da prisão preventiva ou a sua substituição por medida alternativa?. Apesar de ter se dito ?surpreendido? com a informação, o advogado Paulo Freitas Ribeiro a usou como argumento para o pedido alegando que seria necessário ?assegurar a integridade física de seu cliente?.
Nas investigações da Operação Calicute, o ex-assessor foi apontado como um suposto ?laranja? de Cabral. Uma das suspeitas é que a lancha Manhattan Rio, em nome da empresa MPG Participações, de Paulo Magalhães, seria, na verdade do ex-governador. No possível acordo de delação, o ex-assessor estaria disposto a admitir que Cabral seria o real dono da embarcação, avaliada em R$ 5 milhões, contrariando a sua versão inicial.