Cascavel – O vereador Celso Dal Molin (PR) apresentou ontem uma grave denúncia durante a sessão da Câmara de Cascavel. Ele mostrou laudos laboratoriais apontando que as 22 fontes de água utilizadas pela população estavam contaminadas e impróprias para o consumo nos anos de 2015 e 2016. O pior: a prefeitura sabia e não impediu o consumo.
Dal Molin decidiu investigar a situação depois de a prefeitura interditar as fontes há pouco mais de três meses justamente por contaminação com coliformes e bactérias diversas. Ele passou a questionar se até o ano passado não havia problemas.
Após enviar requerimentos à Secretaria do Meio Ambiente e à Fundetec solicitando informações sobre laudos que apontem a qualidade das fontes, o vereador descobriu que a prefeitura não possui documentos com avaliações técnicas.
Um contrato com a empresa Braságua, no entanto, foi firmado com a prefeitura para análises mensais da água e durante os dois anos os resultados mostraram presença elevadas de UFC (Unidade de Formação de Colônias). A UFC é uma medida usada para estimar o número de bactérias e/ou fungos. Em algumas fontes, foram detectadas até 500 colônias, quando deveria ser zero. Os laudos trazem a inscrição “água imprópria para o consumo”.
SURPRESA
Como não há registro das análises no sistema da prefeitura, Dal Molin, decidiu enviar um ofício ao proprietário da empresa e ficou surpreso quando recebeu os resultados na manhã de ontem.
Para o vereador, isso pode ser caracterizado como crime contra a saúde pública. “O Município de Cascavel sabia que a água estava contaminada e não alertou a população, que tomou água contaminada durante dois anos”, lamenta.
Dal Molin pretende se reunir com os demais vereadores para ver quais os encaminhamentos que devem ser tomados pela gravidade dos fatos.
A reportagem tentou, mas não conseguiu contato com o ex-secretário do Meio Ambiente Luiz Carlos Marcon para que ele falasse a respeito do assunto.