Cotidiano

Polícia turca detém 11 estrangeiros suspeitos de conexão com ataque a aeroporto

ISTAMBUL — A polícia turca deteve 11 estrangeiros suspeitos de serem membros de uma célula do Estado Islâmico (EI) em Istambul ligados aos homens-bombas que realizaram um ataque nesta semana ao principal aeroporto de Istambul, relatou a emissora Haberturk em seu site nesta sexta-feira.

As prisões em operação na madrugada, realizadas por um esquadrão da polícia antiterrorismo no distrito de Basaksehir, levaram o número de pessoas detidas para 24, relatou a rede. Um porta-voz da polícia não pôde confirmar a reportagem, que também foi veiculada por outras mídias.

Três homens-bombas mataram 44 pessoas e feriram 260 na terça-feira em um ataque a tiros e bombas no principal aeroporto de Istambul, no mais mortal de uma série de ataques na Turquia neste ano.

Os homens-bomba eram da Rússia, Uzbequistão e Quirguistão, disse uma autoridade turca na quinta-feira. Apesar de nenhum grupo ter reivindicado a autoria do ataque, tanto a Turquia como os EUA disseram que o massacre tem as marcas do EI.

SUICIDAS PLANEJAVAM TOMAR REFÉNS

Segundo reportagem divulgada nesta sexta-feira pelo jornal “Sabah”, próximo ao governo, os suicidas planejavam tomar como reféns dezenas de viajantes dentro do terminal de Ataturk antes de detonar seus explosivos.

O balanço do massacre poderia ter sido maior se os criminosos não tivessem sido interceptados na entrada do terminal por um oficial de polícia.

“Os casacos que vestiam para ocultar suas cargas explosivas, apesar do calor, chamaram a atenção de civis e de um oficial de polícia”, indicou o jornal.

Vários meios de comunicação turcos publicaram imagens das câmeras de vigilância do aeroporto, mostrando três homens que usavam casacos escuros e, dois deles, bonés de beisebol.

Segundo o jornal “Hürriyet”, os três terroristas alugaram um apartamento no bairro de Fatih, densamente povoado por sírios, palestinos, libaneses e jordanianos, pagando adiantado 24 mil libras turcas (7,5 mil euros) por um ano.

Uma vizinha, que nunca os viu, relatou ao jornal que se queixou às autoridades dos odores químicos que saíam do apartamento depois da meia-noite.

— Fui ver o Mukhtar (responsável do bairro) que me enviou para a prefeitura — disse. — A polícia veio me ver após os ataques. Vivi em cima de bombas.