Presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), Jorge Picciani (PMDB), rejeitou os oito pedidos de impeachment contra o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (PMDB). Como o G1 adiantou, ele já tinha os pareceres da Procuradoria Geral da Casa sobre as solicitações de impedimento e os aliados apostavam na rejeição.
Segundo a Alerj, a Procuradoria diz que as acusações são genéricas e políticas. O parecer técnico foi acatado por Picciani. Os pedidos tinham como autores classes sindicais e até políticos divergentes — como a bancada do PSOL e um de seus adversários, Flávio Bolsonaro (PSC).
"Denota-se a total ausência de pressupostos para o prosseguimento do feito, eis que todas as acusações têm conteúdo genérico. Aliás, os requerentes limitam-se a tecer críticas a decisões políticas e de gestão e chegam a reconhecer que a crise advém de outros governos", escreve o procurador-geral Hariman Araújo.
Na quarta (24), durante sessão no plenário que aprovou o polêmico projeto que aumenta a contribuição previdenciária de servidores de 11% para 14%, Picciani afirmou que ia analisar todos os pedidos de impeachment de Pezão na próxima semana.
"Esta Casa [Alerj] está com seu duodécimo atrasado desde fevereiro. Avisei ao secretário de Fazenda e avisei ao governador: é necessário não cercear o funcionamento do poder Legislativo porque isso, sim, é crime de responsabilidade. Vou estar decidindo na próxima semana sobre todos pedidos de impeachment", disse Picciani.
A fala de Picciani foi interpretada por aliados e por oposicionistas como uma indicação da rejeição dos novos pedidos de impedimento do governador.
TCE-RJ começa julgar contas de Pezão
Na próxima terça, o Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ) emite parecer prévio sobre as contas de 2016 da chapa de Pezão e Francisco Dornelles (PP). A oposição avalia que a reprovação das contas poderia ser a mais fácil saída pelo impedimento.
A reunião foi marcada para às 11h e tem como relatora Marianna Montebello Willeman. Ela é a única conselheira que não foi afastada do órgão após a prisão de cinco dos seis membros do Tribunal.
Os aliados estão otimistas, depois da aprovação do Plano de Recuperação dos Estados.
"Lá do Tribunal não dá para esperar nada do contrário [da rejeição], mas na Assembleia dá para reverter. Acho que o pior já passou", diz um membro da base.