SÃO PAULO – O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou que as projeções para o crescimento da economia brasileira estão em viés de alta e que o Produto Interno Bruto (PIB) de 2017 irá atingir o 1,6% esperado pelo ministério, acima do 0,5% da previsão do Fundo Monetário Internacional (FMI) divulgada nesta quinta-feira.
? O FMI é sempre conservador, como deve ser, e olha o mundo inteiro e por isso tem uma visão geral. Nós (equipe econômica) estamos focados na economia brasileira e estamos bastante confortáveis em atingir esse número ? afirmou a jornalista antes de participar de um coquetel promovido pelo BNP Paribas.
Meirelles lembrou que alguns economistas já esperam um crescimento acima da projeção do Ministério da Fazenda.
? Algumas casas já esperam um crescimento de até 2%. A nossa projeção é 1,6%, mas ela está em viés de alta ? disse.
Não estava previsto o ministro falar com a imprensa nesta noite. A informação de que ele estaria disponível para entrevista antes de sua participação no coquetel do banco francês foi divulgada após a publicação do relatório do FMI.
De acordo com os ministros, as previsões da Fazenda são realistas. E embora a arrecada ainda esteja em trajetória de queda, ele prevê uma recuperação no ano que vem, descartando aumento de imposros em 2016 ou 2017.
? Se necessário aumentaremos, mas não será necessário segundo todas as provisões para 2017. Independente da PEC dos gastos públicos, o projeto de lei do orçamento do ano que vem já contempla um aumento limitado à inflação. O orçamento já está definido sem aumento de impostos ? reforçou.
A proposta de emenda constitucional (PEC) 251 limita o crescimento das despesas de um ano à inflação do ano anterior. Meirelles acredita que a proposta, que deve ser encaminhada a comissão especial da Câmara na terça-feira, não irá alterar essa premissa. No caso dos gastos com saúde e educação, eles seguirão tendo um piso equivalente a essa correção da inflação.
? Mas nada impede que o Congresso fixe um valor superior.
REFORMA DA PREVIDÊNCIA
Questionado sobre uma idade mínima de 65 anos para aposentadoria, o ministro lembrou que a Constituição já fala de uma idade mínima de 65 anos e um prazo de contribuição de 35 anos para homens.
? É um patamar de idade já previsto na Constituição. A Constituição não estabelece se é “e” ou “ou” para esses dois critérios. O entendimento até agora é de “ou”. Agora estamos discutindo esse asoecto, mas essa questão dos 65 anos é um critério já consolidado na Constituição ?avaliou.
Segundo ele, ainda não há um desenho para a reforma e a discussão será feita ?de forma séria e responsável?.