Cotidiano

PGR pede que caso Pedro Paulo não seja arquivado

BRASÍLIA – A Procuradoria-Geral da República (PGR) enviou ofício ao Supremo Tribunal Federal (STF) recomendando o prosseguimento das investigações contra o deputado federal Pedro Paulo (PMDB), pré-candidato a prefeito do Rio, suspeito de ter agredido a ex-mulher em fevereiro de 2010. Embora a Polícia Federal tenha sugerido o arquivamento do inquérito, procuradores que conduzem as apurações dizem que a PF não cumpriu todas as diligências necessárias para elucidar o caso. Faltou, por exemplo, ouvir a versão de peritos oficiais – medida solicitada pela PGR que já tinha sido autorizada pelo tribunal.

Até agora, o único perito que prestou depoimento foi o médico-legista Roger Ancillotti, contratado pela defesa. Segundo ele, Pedro Paulo estava se defendendo das agressões da ex-mulher. Para os procuradores que conduzem as investigações, não há como determinar o arquivamento das apurações sem interrogar o perito oficial. O episódio é mais uma divergência entre PF e PGR na condução de processos abertos no STF contra políticos.

O inquérito contra Pedro Paulo foi aberto na mais alta corte do país em fevereiro. Além do perito da defesa, foram interrogadas a vítima, Alexandra Mendes Marcondes, e a empregada doméstica que trabalhava para a família, Ana Paula Teixeira. No início do mês, o delegado da PF Luciano Soares Leiro sugeriu à PGR o arquivamento. Segundo ele, com base nos elementos colhidos até então, não era possível afirmar se Pedro Paulo tinha agredido a ex-mulher.

Em depoimento, Roger Ancillotti disse que ?os indícios existentes são de defesa de Pedro Paulo Carvalho Teixeira, e não de agressão por parte do mesmo?. O profissional é médico-legista da Secretaria de Segurança do Rio desde 2001, mas também atua na área privada. Ele foi contratado para avaliar o caso cinco anos após o episódio.

Interrogada pela PF em abril, Alexandra mudou a versão apresentada em 2010. Segundo ela, Pedro Paulo apenas tentava se defender de suas investidas. Ela explicou que registrou a ocorrência na época porque a separação foi traumática e ?estava muito transtornada?. Esclareceu ainda que ?não possui qualquer interesse? na continuidade do inquérito.

Por meio de sua assessoria, Pedro Paulo disse que ?aguarda a conclusão do inquérito para que o episódio seja definitivamente esclarecido? e que segue à disposição das autoridades.