SÃO PAULO ? A Polícia Federal intimou o economista e ex-ministro da Fazenda Delfim Netto a prestar esclarecimentos sobre um suposto recebimento de recursos da Odebrecht. Os investigadores encontram nos documentos do Setor de Operações Estruturadas ? conhecida de ?Diretoria de Propina? ? o pagamento de R$ 240 mil para o advogado Luiz Appolonio Neto, sobrinho do economista.
É a segunda vez que o nome do ex-ministro aparece na Operação Lava-Jato. Ele já havia sido citado na delação premiada do ex-executivo da Andrade Gutierrez Flávio Barra. Ele relatou à Procuradoria-Geral da República (PGR) pagamento de R$ 15 milhões ao economista através de como uma gratificação por ele ter ajudado a montar consórcios de empresas que disputaram licitações para obras da Usina Belo Monte.
A nova suspeita da Lava-Jato é que Delfim possa ter recebido propina também da Odebrecht em 2014. As suspeitas foram reforçadas na última segunda-feira quando Appolonio encaminhou um ofício à Polícia Federal em Curitiba informando que os valores foram ?recebidos a pedido do economista Antonio Delfim Netto, o qual por motivos particulares e em razão de sua avançada idade, não quis receber em seu escritório?.
O advogado Luiz Appolonio Neto foi conduzido coercitivamente para depor em março durante a 26ª fase da Lava-Jato. Na época, ele disse que não se recordava de ter recebido o pagamento. As informações foram publicadas pelo jornal ?Estado de S. Paulo? e confirmadas pelo GLOBO.
A defesa de Delfim Netto confirmou a intimação da Polícia Federal e negou qualquer irregularidade nas transações.