RIO – Um dos maiores nomes das artes plásticas brasileiras, Tunga morreu nesta segunda-feira, aos 64 anos, vítima de câncer. Amigos, admiradores e personalidades lamentaram a perda.
Beatriz Milhazes, artista plástica: “O Tunga era um artista em si, estava sempre atuando.. Sua visualidade, seu corpo, suas brigas, afetos, desafetos, amores, poesia e doçura, educação e rebeldia… Sua obra já é presença importante da História da arte brasileira e internacional mas é estranho pensar que nunca mais verei sua figura performática circulando pelo Mundo… Que descanse em Paz!”
Alberto Renault, diretor, idealizador do 'Casa Brasileira' e do 'Arte Brasileira', no GNT:“Nos encontramos três vezes: na casa dele, em Oslo e em Paris. Ele foi extremamente criativo na criação do programa, sugeriu gravar no Museu de Arqueologia St. Germain laye, Um arista no sentido completo da palavra, ele era também a obra de arte, potencialmente artista. A vida era uma performance, morar era uma performance. A casa dele era uma obra de arte. Tunga não olhava para a vida, olhava para a arte. Foi um dos primeiros a internacionalizar a arte, alargou as fronteiras”.
Leonel Kaz: “Homem de formação cultural erudita, cujo pai traduzia oito línguas, Tunga era um dos raros artistas brasileiro a reunir os destroços do Brasil e traduzir a matéria bruta oriunda de sentimentos políticos de escravidão e de tortura numa força lírica extraordinária. É impressionante que alguém tenha se equipado de tais entranhas da história, do passado e do presente do país e reunido obra com tal potência expressiva, na qual traços amorosos, delicadíssimos, e a brutalidade, estão em balanço estético harmônico”.