RIO ? O candidato à prefeitura Pedro Paulo (PMDB) defendeu este domingo a nova lei eleitoral, que restringe o financiamento de campanhas a pessoas físicas. Em reportagem publicada hoje, O GLOBO mostrou que o peemedebista recebeu recursos de 54 dos 59 maiores doadores ? que contribuíram com mais de R$ 30 mil ? à eleição para o Executivo municipal. Ao contrário de analistas da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Pedro Paulo acredita que as novas regras são mais transparentes do que as aplicadas até o pleito anterior, quando era permitido o financiamento por empresas.
Segundo Pedro Paulo, que a nova legislação diminui os valores das doações e dificulta a possibilidade de que o financiamento seja vinculado a interesses ?escusos?, que levem à busca de benefícios caso o candidato seja eleito.
? A lei do financiamento privado é melhor, porque diminui os valores de doação. (Se) as pessoas querem fazer algum tipo de conexão entre o empresário que faz uma doação de R$ 20, 30, 50 mil, mas tem um faturamento de R$ 50 bilhões, que haveria (aí) algum tipo de relação escusa, acho (que seria) demais ? contou, após uma correata em Magalhães Bastos, na Zona Oeste do Rio.
O levantamento da FGV mostra que, entre as 59 pessoas que doaram mais de R$ 30 mil, Pedro Paulo recebeu R$ 4,1 milhões. A maioria dos vereadores têm vínculos ativos com empresas, como diretor, sócio e presidente, principalmente em construtoras e no ramo de atividades imobiliárias.
Ao todo, o candidato conta com a doação de 309 pessoas à campanha. Juntos, contribuíram com R$ 6,1 milhões.
? As pessoas estão com o medo de ver a cidade dar um passo para trás ? avaliou Pedro Paulo. ? Elas querem um Rio profissional. O empresário, então, olha isso: quem tem capacidade de gerir com equilíbrio. O Rio está vivendo hoje uma situação que nenhuma outra cidade ou estado está vivendo, pagando servidor em dia sem parar com os investimentos.
O candidato afirmou que conhece ?muitos? dos principais doadores:
? Tenho feito questão de ligar e agradecer para cada pessoa que contribui com a campanha.
LONGE DE TEMER E DILMA
O peemedebista descartou mais uma vez a possibilidade de que o presidente Michel Temer (PMDB) participe da campanha. Segundo Pedro Paulo, Temer está ocupado conduzindo uma agenda de reformas em Brasília e não poderia ser constrangido a participar de uma campanha que movimenta mais de um partido da base aliada.
? Temer tem uma ampla aliança de partidos. Para ele não pode gerar constrangimento vir aqui, onde tem candidatos do PSDB (Osorio), do PRB (Crivella), que fazem parte de sua coalizão. Deixa o presidente lá. Eu já estou satisfeito com meu padrinho, o Eduardo Paes.
Questionário sobre a vinda da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), que participará esta semana de um comício na Cinelândia com a candidata Jandira Feghali (PCdoB), Pedro Paulo foi taxativo:
? Eu vou estar do outro lado da cidade.