RIO. O pedido de investigação do ex-prefeito do Rio Eduardo Paes, feito pela Procuradoria-Geral da República ao Supremo Tribunal Federal (STF), é mais um revés para o PMDB fluminense e um obstáculo para a candidatura de Paes a governador.
? Hoje o PMDB do Rio aposta tudo no Eduardo Paes, que fez uma belíssima gestão e é o nosso maior capital político ? disse uma liderança do partido.
Embora Paes e a cúpula peemedebista neguem, aliados do ex-prefeito têm afirmado que ele deve trocar de partido para disputar as eleições do ano que vem. O objetivo seria tentar se descolar do desgaste provocado pelas investigações da Lava-Jato e seus desdobramentos, que resultaram na prisão do ex-governador Sérgio Cabral, principal liderança do PMDB no estado.
Paes foi citado por ex-executivos do Grupo Odebrecht que fizeram acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal. Por meio de sua assessoria, ele disse que não iria se pronunciar porque não tem conhecimento do teor do pedido de investigação.
Na linha do que tem sido articulado no Congresso, integrantes do PMDB do Rio defenderam uma anistia ao caixa dois ao comentarem o caso de Paes:
? As investigações colocam todo mundo no mesmo patamar. Tem que ver como vai ser encarada ajuda de campanha e corrupção direta. Todo político em evidência que fez campanha nos últimos oitos anos vai estar na lista (do Janot) ? disse um integrante da cúpula do PMDB do Rio.
O pedido de investigação de Paes deve reforçar a debandada, no Rio, no início do ano que vem, de integrantes do PMDB que pretendem disputar as eleições.