ANCARA ? Parlamentares turcos protagonizaram uma briga generalizada durante a votação de um polêmico pacote de reforma constitucional na madrugada de quinta-feira. Se aprovadas, as medidas expandiriam os poderes do presidente turco, Recep Tayyip Erdogan. Membros do partido governista e da oposição trocaram socos e empurrões ao redor do pódio central da Assembleia.
Os aliados de Ergodan defendem as mudanças na legislação turca, a que o presidente chama de necessárias para trazer uma liderança centralizada e impedir a volta do antigo governo de coalizão. Já a oposição, por sua vez, e o partido pró-curdo Partido Democrático do Povo (HDP, na sigla em turco) alega que a reforma é apenas uma estratégia do presidente para reforçar ainda mais a deriva autoritária do seu governo.
Registro da confusão no parlamento turco Na sessão, os aliados do governo questionaram os opositores que preenchiam suas cédulas do lado de fora das cabines de votação ? embora se trate de uma votação supostamente secreta.
Apesar da confusão, três dos 18 artigos propostos foram aprovados na sessão, que continou até a madrugada de quinta-feira. A retomada do debate estava prevista para continuar pela tarde.
A proposta precisa do apoio de pelo menos de 330 dos 550 deputados da Assembleia para ir a referendo popular.
A reforma permitiria a Erdogan escolher e destituir ministros, retirar a liderança do partido governista e continuar no poder até 2029. Originalmente, eleições gerais estão previstas para 2019, com um máximo de dois mandatos de cinco anos para um presidente.