Cotidiano

Paraná lança hoje projeto de nova ferrovia

Curitiba – O primeiro passo em direção à construção de uma nova ferrovia ligando a região de Dourados (MS) até o Porto de Paranaguá, em um total de mil quilômetros de trilhos, será dado hoje em São Paulo, com o lançamento oficial e a apresentação da proposta de construção do novo ramal. O valor estimado para construção da ferrovia é de R$ 10 bilhões, tudo com investimento privado.

O presidente da Ferroeste, João Vicente Bresolin Araújo, informa que, nesta primeira etapa, haverá o lançamento do PMI (Procedimento de Manifestação de Interesse), edital público de chamamento desenvolvido pela Secretaria de Planejamento e Coordenação Geral. Podem participar empresas do Brasil e do exterior para elaborar os estudos técnicos-operacionais, econômico-financeiros e ambientais para a construção e a exploração dos serviços ferroviários. “Essa é uma luta de quatro décadas e finalmente estamos na direção certa para colocar em prática esse projeto”.

O trecho 1 da nova ferrovia ligará Guarapuava ao Porto de Paranaguá e terá 400 quilômetros de extensão. O trecho 2, que já é uma concessão da Ferroeste, será a extensão da linha de Guarapuava até Dourados (MS), passando por Guaíra, com a construção de mais 350 quilômetros de trilhos. Os atuais 250 quilômetros de trilhos da Ferroeste ligando Guarapuava a Cascavel serão reaproveitados. O trecho será subconcessionado.

No Paraná, os dois maiores gargalos logísticos estão entre Curitiba e Paranaguá e Guarapuava e Ponta Grossa. Hoje, apenas 20% do volume de movimentação no Porto de Paranaguá é proveniente dos trilhos, ou seja, dos 50 milhões de toneladas entre importação e exportação, somente 9 milhões são escoadas por ferrovia. No oeste do Paraná, apenas 440 mil toneladas ao ano são levadas pela ferrovia, de um total de 14 milhões de toneladas de grãos produzidas por ano.

Concedida pelo governo federal em 1989, a Ferroeste hoje opera apenas o trecho de Cascavel a Guarapuava. De lá até o Porto de Paranaguá seus vagões seguem pelos trilhos da Rumo, por meio do chamado direito de passagem. Acontece que a Rumo (antiga ALL) libera os vagões e as locomotivas conforme sua disposição, geralmente bem abaixo da demanda.

A partir do estudo de ampliação da ferrovia em mãos, a expectativa é de que o edital para o início das obras saia em 2019.