Cotidiano

Paralisação continua

O grupo de caminhoneiros que paralisou as atividades em Cascavel ganhou apoio ontem de agricultores e manifestações na BR-277, próximo ao Trevo Cataratas, tiveram continuidade ao longo do dia.

Assim como ocorreu no primeiro dia de protestos, manifestantes pediam para que motoristas de caminhões que passassem pelo trecho estacionassem no pátio de um posto de combustíveis.

Faixas foram levadas aos canteiros da rodovia com mensagens de reivindicações da categoria. Apesar do ato, a pista sentido a Curitiba foi interditada parcialmente e as manifestações seguiram de forma pacífica. A PRF (Polícia Rodoviária Federal) controlou o trânsito.

Somente no Paraná houve manifestações e interdições parciais em 37 rodovias federais. “Já no primeiro dia já tivemos bom resultado e não há prazo para encerrar a paralisação. Esperamos uma posição segura do governo para poder voltar a trabalhar”, afirma Jairo Correa, morador de Clevelândia que se uniu ao grupo de Cascavel.

A pressão de caminhoneiros surtiu efeito em um dos pontos reivindicados por eles que é o preço do óleo diesel seja reduzido. A Petrobrás anunciou redução de 1,54% nesse combustível e de 2,08% na gasolina nas refinarias do País. A diminuição no valor do diesel ocorreu após sete reajustes neste mês de maio e na gasolina, após 11 aumentos consecutivos.

O anúncio da redução, no entanto, não é suficiente diante do que os caminhoneiros esperam. “O governo federal tem que reduzir impostos, valor de fretes e não apenas o valor de combustível nas refinarias. Por isso, vamos continuar parado até que haja melhorias”, afirma o presidente do Sincam (Sindicato dos Caminhoneiros de Cascavel), Jeová Pereira.

Segundo Pereira, o movimento transcorre sem ilegalidade e a decisão de cada motorista é respeitada. “A nossa orientação é para que permaneçam em casa porque A situação está ruim para todos, mas ninguém é barrado nas rodovias, inclusive, as ações são mantidas durante o dia e suspensas a noites para evitar qualquer transtorno na rodovia”, explica.

PL 121

O caminhoneiro Jairo Correa comenta que dentro do conceito do atual modal brasileiro, o PL nº 121/2017 é a solução para os problemas. “Não adianta baixar o diesel se o frete continuar o mesmo. Para que a gente tenha êxito em nossa greve, o PL precisa ser votado no Senado. Ele trata de todos os assuntos em defesa dos caminhoneiros”.

Ele comenta que os transtornos em todos os setores serão agravados daqui pela frente, mas manterá o apoio à manifestação. “No Brasil inteiro todos estão aderindo. Está na hora do povo brasileiro acordar e nos ajudar. Essa é uma causa de todos”, ressalta Correia. “Essa paralisação não é somente em benefício de motoristas. O aumento do diesel e de tudo que envolve o processo reflete para o consumidor”, acrescenta o presidente do sindicato.

Apoio

A expectativa é de que nesta quarta-feira mais agricultores se reúnam a caminhoneiros que permanecem paralisados no posto de combustíveis às margens da BR 277, próximo ao Trevo Cataratas em Cascavel.

“Nós apoiamos a greve de caminhoneiros devido ao alto custo do combustível e que afeta a todos. Não sabemos mais qual é o nosso custo com o transporte já que toda semana há aumento e ninguém mais consegue abastecer. Antigamente com R$ 50 comprávamos 50 litros de combustível hoje no máximo 12 litros”, comenta um dos agricultores.