Cotidiano

Para Trump, controvérsia com a Rússia por ciberataques é uma caça às bruxas

US-POLITICS-TRUMP-GVA32HK1F.1.jpgWASHINGTON ? Um dia após as principais autoridades da Inteligência americana terem afirmado ante o Congresso que a Rússia autorizou ciberataques durante as eleições nos Estados Unidos, o presidente eleito Donald Trump tratou o caso como uma política de ?caça às bruxas? capitaneada pelos seus adversários. Trump, que já vinha adotando uma postura em defesa a Moscou, disse em entrevista ao jornal ?New York Times? nesta sexta-feira que seus rivais ficaram envergonhados pela derrota na disputa presidencial. Trump

Trump voltou a expressar dúvidas sobre a autoria da Rússia nas invasões cibernéticas. Perguntado por que ele pensa que havia tanta atenção sendo dada aos ataques cibernéticos russos, o presidente eleito respondeu que a motivação é política.

? Eles foram derrotados nas eleições. Eu ganhei mais condados nas eleições do que Ronald Reagan ? disse Trump. ? Eles estão muito envergonhados com isso. Até certo ponto, é uma caça às bruxas. Eles só se concentram nisso.

Na entrevista, o presidente eleito repetidamente criticou o foco intenso na Rússia.

? A China, recentemente, hackeou 20 milhões de nomes do governo ? disse ele, referindo-se à invasão de computadores no Gabinete de Gestão de Pessoal no final de 2014 e no início de 2015. ? Por que ninguém fala disso? É uma caça às bruxas política.

Trump observou que houve ciberataques anteriores bem-sucedidos à Casa Branca e ao Congresso, sugerindo que era injusto uma vez que as invasões às instituições americanas não teriam recebido tanta atenção como as supostas ações russas.

? Com tudo isso dito, eu não quero que os países estejam hackeando nosso país ?disse Trump. ? Eles hackearam a Casa Branca. Eles hackearam o Congresso. Somos como a capital de hackers do mundo.

Nenhuma informação obtida nessas invasões, no entanto, tornou-se pública como foi o caso do hackeamento do Comitê Nacional Democrata. Washington sustenta que as invasões teriam o objetivo de favorecer Trump na disputa contra a democrata Hillary Clinton, o que Moscou nega.

As declarações do presidente eleito vêm pouco antes de ele ser informado formalmente pelos altos funcionários da Inteligência e da polícia sobre os supostos ciberataques russos.