SÃO PAULO ? O ex-presidente Lula voltou a atacar os procuradores da força tarefa da Lava-Jato nesta terça-feira. Em nota divulgada pelas redes sociais, o petista afirmou que o fato da Polícia Federal pedir novas diligências contra familiares dele ? entre elas os interrogatório de sua mulher, Marisa Letícia, e seu filho, Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha ? é o ?atestado cabal? de que os investigadores ?faltaram com a verdade? ao afirmar haver indícios suficientes contra o ex-presidente.
A reação do ex-presidente acontece um dia depois dos investigadores pedirem novas investigações contra familiares e pessoas ligadas ao petista. Além da intimação de Marisa Letícia e Lulinha, que vão depor no processo que investiga a ligação de Lula com um sítio na cidade de Atibaia, a PF pediu a seus peritos a análise do patrimônio de Lulinha, Fernando Bittar, Jonas Suassuna e de outro filho do petista, Luís Cláudio. Os investigadores querem saber se há a movimentação financeira e a evolução patrimonial deles são compatíveis com os rendimentos declarados à Receita Federal.
O objetivo é conseguir uma análise detalhada nas contas tanto de Bittar e quanto de Suassuna para saber se eles possuíam recursos suficientes para a aquisição e reforma do sítio em Atibaia. O terreno do imóvel é dividido em duas propriedades, cada uma em nome dos dois. Em relação aos filhos de Lula, a Polícia Federal pediu que apure se ambos possuem registros do pagamento de aluguel dos imóveis onde residem. O de Lulinha, um apartamento na zona sul de São Paulo, está registrado em nome de Suassuna.
A nota do petista volta a afirmar que as ações de MPF são ?sensacionalistas? e violam os direitos do petista e de sua família:
?Não é mera suposição a busca de sensacionalismo: o anúncio foi feito no dia da abertura das Olimpíadas e, por extrema coincidência, também o dia da divulgação de uma pesquisa eleitoral que coloca Lula em primeiro lugar nas eleições de 2018. O que há de real é que essa “prova” não existe, pois Lula não praticou qualquer ato ilícito?, afirma o comunicado.
Lula, através da assessoria do Instituto Lula, diz ainda que as diligências à esposa e aos filhos revelam ?indevida perseguição e retaliação pelo fato de Lula haver comunicado à ONU a violação de suas garantias fundamentais pela Operação Lava-Jato?.
O ex-presidente é investigado em pelo menos quatro frentes na Lava-Jato. Além da investigação sobre a propriedade e reforma do sítio em Atibaia, a Lava-Jato apura uma suposta ocultação do tríplex do Guarujá. Tanto o apartamento quanto o sítio foram reformados por construtoras investigadas na Lava-Jato. Ele também é acusado de obstruir a Justiça.
Veja na íntegra a nota:
?O fato de a Polícia Federal anunciar novas diligências é o atestado cabal de que os quatro procuradores da República da Operação Lava Jato faltaram com a verdade, na ultimam sexta-feira, quando alardearam à imprensa ter “provas” de que o ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva praticou crime. Não é mera suposição a busca de sensacionalismo: o anúncio foi feito no dia da abertura das Olimpíadas e, por extrema coincidência, também o dia da divulgação de uma pesquisa eleitoral que coloca Lula em primeiro lugar nas eleições de 2018. O que há de real é que essa “prova” não existe, pois Lula não praticou qualquer ato ilícito.
De outro lado, a extensão das diligências à esposa e aos filhos do ex-Presidente revela igualmente indevida perseguição e retaliação pelo fato de Lula haver comunicado à ONU a violação de suas garantias fundamentais pela Operação Lava Jato.
O ex-Presidente já prestou depoimento e esclareceu não ser ele ou tampouco seus familiares os proprietários do sítio de Atibaia (SP). O imóvel pertence a Fernando Bittar e Jonas Suassuna, que já comprovaram tal propriedade aos investigadores mediante farta prova documental?.