RIO – Em sabatina na Pontifícia Universidade Católica do Rio (PUC-RJ) na manhã desta segunda-feira, o candidato Carlos Osorio (PSDB) foi questionado sobre suas doações de campanha nas eleições de 2014, quando foi eleito deputado estadual pelo PMDB. Um estudante, com um adesivo do candidato Marcelo Freixo (Psol) colado no peito, lembrou que Osorio recebeu, na última eleição, recursos de Marco Antônio Cabral, filho do ex-governador Sérgio Cabral, Leonardo Picciani, filho do deputado Jorge Picciani, e do candidato Pedro Paulo (PMDB). Em seguida, perguntou: ?Como posso, como eleitor, saber que você não é farinha do mesmo saco??.
Osorio justificou que os recursos mencionados foram usados para pagamento de material gráfico.
? Na eleição passada, eu era candidato a deputado estadual. Esses três que você falou eram candidatos a deputados federais. Ninguém me deu um centavo de dinheiro. Não pedi dinheiro a nenhum deles e nem recebi. Os deputados federais têm um número menor de candidaturas, e há uma entrega e troca de material fornecido pelo partido, mas isso tem que estar registrado na Justiça eleitoral como doação. Isso é material gráfico que foi rodado, mas o custo pelo partido tem que aparecer na prestação de contas, tanto de um lado quanto do outro ? afirmou.
Conforme O GLOBO publicou no último domingo, Osorio aparece como o segundo maior beneficiário de um grupo de 59 maiores doadores de campanhas de pessoas físicas ? as novas regras eleitorais proíbem o financiamento empresarial. Cada um doou mais de R$ 30 mil para campanhas. Osorio recebeu recursos de seis deles. Já Pedro Paulo, que aparece na primeira colocação, recebeu de 54 deles. Só um dos 59 doadores não é ligado a nenhuma empresa. Todos os outros do grupo têm altos cargos em companhias, como sócio, diretor, administrador ou presidente.
Osorio reafirmou que as doações que têm recebido nestas eleições são de pessoas conhecidas:
? Estou com uma arrecadação menor do que esperava. Quem está na frente dessas eleições são os candidatos da máquina. Quem está doando para mim, é porque confia em mim. Todos os meus doadores, ou eu conheço ou algum amigo meu me recomendou. Não tem nenhum aleatório, que eu não saiba quem é ? garantiu Osorio, que também respondeu a perguntas sobre mobilidade e gestão das finanças públicas.
No início da sabatina, o candidato rebateu estudantes que gritavam ?Fora Temer?, defendendo o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff:
? Quem está gritando o ?Fora Temer?, quem o elegeu é que está gritando isso. Votaram duas vezes no Temer e na Dilma, e agora o Temer está aí. Quando você recebe o mandato popular, não autoriza a você fazer o que quiser. Se eleito, tem que cumprir a legislação em vigor. Você, sendo eleito, não recebe uma carta branca, um mandato livre, para fazer o que der na cabeça.
Viu alguma irregularidade na campanha? Fotografou? Fez um vídeo? Mande para o WhatsApp Eleições 2016 do GLOBO: (21) 99999-9114