Cotidiano

Oposição denuncia nova prisão de líder antes de marcha contra Maduro

201608302034571156_RTS.jpg CARACAS ? A oposição da Venezuela denunciou nesta terça-feira a detenção de mais um de seus dirigentes às vésperas da marcha em favor de um referendo revogatório contra o presidente do país, Nicolás Maduro. Além da prisão do líder opositor Carlos Melo, a sede do partido Ação Democrática (AD) teria sofrido uma tentativa de incêndio criminoso, segundo o presidente da Assembleia Nacional, Henry Ramos Allup. Segundo a oposição, estes atos fazem parte de uma “perseguição política” do governo, que acusa a coalizão opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD) de promover a violência na manifestação da próxima quinta-feira para derrubar Maduro.

Em seu Twitter, o governador do Estado de Lara, Henry Falcón, denunciou a prisão de Melo pela polícia política. Ele permanece incomunicável na sede do organismo em caracas, segundo o opositor.

Já Allup ? que é também líder da MUD ? denunciou uma tentativa de incendiar a sede do partido Ação Democrática (AD) em Cojedes, em uma suposta ação de membros da Frente Francisco de Miranda, ligada ao governo.

Na segunda-feira, o líder opositor Yon Goicoechea foi detido sob a acusação de carregar detonadores que seriam utilizados durante a manifestação. Dois dias antes, o ex-prefeito e líder opositor Daniel Ceballos havia sido transferido da prisão domiciliar para o regime fechado por planejar atos violentos para o protesto.

? Preferimos um milhão de vezes prender terroristas do que ter uma gota de sangue ? disse nesta terça-feira o número dois do chavismo, Diosdado Cabello, em um ato governista em Caracas.

Enquanto a MUD nega as acusações, seu secretário-geral, Jesús Torrealba, acusa o governo de fabricar versões por temer uma grande manifestação. Delegados da coalizão opositora viajaram aos Estados Unidos para pedir às Nações Unidas e à Organização dos Estados Americanos (OEA) que acompanhem o protesto de quinta-feira.

A MUD protestará para exigir do Conselho Nacional Eleitoral a agilização do processo de recolhimento das quatro milhões de assinaturas requeridas para convocar o referendo revogatório contra Maduro. A oposição exige que a votação ocorra ainda este ano, para que haja eleições presidenciais em 2017. Caso contrário, a Presidência será assumida pelo vice de Maduro.