NOVA YORK – A fraqueza nos mercados petroleiros globais, que derrubou os preços do petróleo a um valor mínimo em três meses, pode persistir devido a uma queda sazonal da demanda e à abudância de reservas de combustíveis, avaliou a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), segundo relatório mensal do grupo.
Há preocupações constantes quanto à possível redução dos níveis de processamento de refirnarias nos Estados Unidos e Europa conforme encolhem os lucros das empresas em meio à uma superoferta de petróleo e combustíveis refinados, disse a Opep. O consumo de gasolina diminuirá nos Estados Unidos com o fim do verão (no hemisfério norte), época de viagens de férias.
Com o fim do período de maior condução de automóveis no terceiro trimestre, a demanda de gasolina pode ver uma correção sazonal para baixo, disse o departamento de investigações da organização com sede em Viena.
Os altos estoques de óleo de aquecimento e diesel em todo o mundo significam que o lado da oferta poderia também continuar exercendo pressão, acrescentou.
A recuperação do preço do petróleo do mínimo em 12 anos, registrado em janeiro, ocorreu no início de junho em meio às reservas abundantes, um menor crescimento da demanda e sinais de que as companhias exploradoras dos EUA poderiam retomar perfurações de poços. A Opep, que mantém sua estratégia de maximizar sua participação no mercado e deixar que os afrouxem, disse na segunda-seira que vai realizar debates paralelos a uma conferência na Argélia no mês que vem.
MARGENS MAIS FRACAS
Os contratos futuros para o petróleo tipo Brent (referência internacional) chegaram a ser negociados a US$ 44,92 por barril na Bolsa ICE Futures Europe, em Lomdres.
As margens de refinamento se debilitaram nos últimos 30 dias por causa dos altos inventários do produto que se acumularam por um aumento menor que o esperado da demanda, aponta o relatório.
O reequilíbrio dos mercados mundiais será retomado até o fim do ano, segundo a Opep. O consumo vai reagir no hemisfério norte à medida que se aproxima o inverno, revertendo parte do desconto nos preços da commodity para entrega imediata e reduzindo o excesso de reservas, prevê a organização.
A produção dos países-membros da Opep aumentou em 46.400 barris por dia, a 33,106 milhões diários em julho, segundo fontes externas compiladas pelo grupo. Isso coincide com o nível que a Opep espera ser necessário no terceiro trimestre.
A extração de petróleo na Arábia Saudita, maior membro do grupo, se manteve em grande parte estável em 10,477 milhões de barris por dia no mês passado. O informa também inclui dados de produção informados diretamente por países membros. Esses dados mostram que a produção saudita subiu 123 mil barris diários, a 10,673 milhões.
EUA: ESTOQUES CRESCEM
Os estoques de petróleo subiram na semana passada, mas os da gasolina tiveram queda, informou o Departamento de Energia nesta quarta-feira. Na semana encerrada em 5 de agosto, os estoques de petróleo avançaram 1,1 milhão de barris, a 523,6 milhões unidades. Especialistas da agência Bloomberg esperavam uma queda de 1,5 milhão e a organização petroleira API, um aumento de 2,2 milhões.
As reservas de gasolina caíram 2,8 milhões de barris. A Bloomberg calculou uma queda de 1,3 milhão de barris e a API, de 3,9 milhões de barris.
Os destilados armazenados caíram 2 milhões de barris. Os analistas de Bloomberg tinham previsto uma alta de 500.000 barris e a API, uma baixa de 1,6 milhão.
A produção americana caiu 15 mil barris por dia, a 8,445 milhões.