Cotidiano

ONU denuncia aumento de violações de crianças em áreas de conflito

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NOVA YORK ? O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, expressou preocupação com o aumento de mortes e recrutamento de crianças em áreas de conflito, principalmente em Afeganistão, Síria, Iêmen, Iraque, Somália e Sudão do Sul. Segundo relatório anual das Nações Unidas sobre crianças e conflitos armados, divulgado na última quinta-feira, a gravidade das violações se intensificou no último ano.

As partes envolvidas nos conflitos foram conclamadas a cessar, imediatamente, as violações contra crianças e tomar medidas para evitar casos de recrutamento, mortes, sequestros e abusos sexuais. O relatório acusa nove governos e 51 grupos armados de graves violações às crianças no último ano.

De acordo com o documento, crianças foram afetadas, desproporcionalmente, pela intensificação nos conflitos do Afeganistão, que registou o maior número de vítimas menores desde que a ONU começou a documentação de mortos e feridos civis em guerras, em 2009. Em 2015, foram verificados 1.306 incidentes, resultando em 2.829 vítimas crianças ? 733 mortas e 2.096 feridos.

Na Síria, o documento afirma que o Estado Islâmico faz uso massivo de crianças em combates e que o grupo antigoverno Exército Livre da Síria recruta jovens a partir dos 9 anos. Ataques aéreos indiscriminados em regiões civis foram a causa principal de mortes de jovens no país. Ao menos 591 crianças morreram e outras 555 foram feridas.

No Iêmen, a organização verificou um aumento de cinco vezes no número de crianças recrutadas após o início dos ataques sauditas, em março. Na Somália, o incremento foi de 50% na violência contra os mais jovens em relação a 2014. No Iraque, a ONU registrou 268 incidentes com 809 vítimas crianças, sendo 338 fatais e 471 feridas, além de 90 ataques a escolas.

O Conselho de Segurança da ONU deu o primeiro grande passo para prevenir a violências contra jovens em regiões de guerra em 2005, quando aprovou uma resolução que obriga a identificação de governos e grupos armados que usam crianças como soldados.

Em 2009, o Conselho votou pelo reconhecimento e condenação de países e grupos envolvidos em combates, em que crianças foram abusadas, mutiladas e mortas. No ano passado, foi decidido por unanimidade a censura de grupos e exércitos responsáveis por sequestro de menores.