RIO – Não existem fórmulas mágicas que façam surgir empregos quando o país atravessa o segundo ano seguido de recessão, mas há orientações que podem ajudar a encontrar uma vaga nessa crise. Paulo Sardinha, presidente da Associação Brasileira de Recursos Humanos no Estado do Rio (ABRH-RJ) e coordenador de pós-graduação de RH do Ibmec, diz que é o momento de se mostrar, ativar a rede de amigos e conhecidos, investir em qualificações mais rápidas que também possam aumentar a quantidade de pessoas que conhecem o seu perfil profissional
? Quando surge o desemprego, há uma corrida louca por fórmulas mágicas, como sobrevivo e sobressaio no mercado de trabalho? Mas a busca de um novo emprego demanda investimento e tempo. Para voltar a uma vaga gerencial leva, no mínimo, de três a quatro meses. Por isso é importante estarmos visíveis. São os empregos que nos encontram. Temos que estar nas redes, em contato com os colegas na formação dos cursos que fazemos. Tem que fazer netwoorking, mais cursos de curta duração para ampliar o currículo com diferentes habilidades.
A força dessa crise, a pior desde os anos 1930, atingiu trabalhadores indistintamente, dos menos qualificados aos com nível superior. No tempo de novos desafios impostos pelo cenário adverso estar aberto para mudar de cidade, de país e viajar com frequência dão vantagem ao concorrer a uma vaga. Idioma é outra vantagem, principalmente o inglês. Uma área que vem abrindo muitas vagas, inclusive no Rio de Janeiro, é o de saúde, segundo Sardinha.
? Há uma rede grande de hospitais no Rio. Se for a qualquer hospital, vai ver que estão contratando médicos, auxiliar de enfermagem, operador de raio X. É uma área que está na contramão do desemprego.
Numa fila de desempregados no Centro da cidade do Rio, trabalhadores apontam as principais dúvidas para encontrar uma vaga. A operadora de caixa Luana Silva quer saber se deve mudar de área. Com 31 anos, é mãe de três filhos que cria sozinha.
Luana Silva: Mudando de carreira
Resposta: Não é bom mudar de carreira quando se está desempregado. O ideal é reforçar a qualificação na carreira em que já está. No caso de Luana, ela pode tentar a mesma carreira em outro setor. Ao se empregar, aí sim deve investir em novas habilidades e pensar na mudança da carreira.
Pedro Ferreira é segurança e está há cinco meses sem trabalhar. A mulher está grávida e, por isso, tem pressa para se empregar novamente. Pedro quer saber quais os melhores lugares ou sites que oferecem mais vagas de trabalho.
Pedro Ferreira: Onde procurar vagas ?
Resposta: O primeiro lugar é na sua rede de relacionamento. Nem sempre as empresas anunciam que estão contratando. A internet é outro meio, nos sites das empresas que interessam o trabalhador. Os órgãos públicos, como as secretarias estaduais de trabalho, têm banco de vagas que exigem menos qualificação. Para trabalhadores de nível médio, os sites das empresas e firmas de terceirização de mão de obra são outros caminhos.
Júlio César Medeiros é técnico de planejamento de obras. Ele está há oito meses desempregado e até se mudou de São Paulo para o Rio, em busca de oportunidades de trabalho. Júlio costuma procurar vagas na internet e quer orientações para reconhecer falsas propostas de emprego.
Resposta: Sempre verifique se o site tem um endereço físico e ligue antes. Nunca pague antes para empresa que diz que tem a vaga ideal para você. É quase certo que é um golpe. É o empregador que tem que pagar pelo serviço e não o trabalhador desempregado. Qualquer oferta na internet que mostra muita vantagem, desconfie. Se vier cobrança, só paga depois de estar empregado. Não faz sentido fazer qualquer pagamento adiantado. Pode-se também investigar a procedência do site, quanto tempo está no ar. Isso ajuda a fugir das falsas promessas.
Alisson de Souza tem 23 anos e mora com os pais e procura um emprego como técnico de enfermagem. Ele tem dúvidas sobre que tipo de corte de cabelo é a mais adequado para uma entrevista de trabalho.
Ailton de Oliveira: Aposentadoria
Resposta: A última onda de pleno emprego jogou para escanteio a aparência como um dos fatores de escolha de candidato. É claro que se aparecer numa entrevista na Google de terno vão te olhar como um ET. Já se for num escritório de advocacia, é aconselhável usar terno. É só seguir o básico. O que importa mesmo é a atitude do candidato, sua qualificação.
Cícero Soares tem 21 anos de idade e exibe algumas tatuagens no braço e no pescoço. Ele se preocupa com o preconceito que pode sofrer numa entrevista de emprego.
Resposta: Atualmente vemos chefes tatuados, alternativos, não há mais preconceito como antigamente.Tatuagem e piercing estão cada vez mais aceitos.
Sebastião Jorge Oliveira é bombeiro hidráulico e tem 57 anos de idade. Sebastião quer saber como pode resgatar o valor do PIS ou do FGTS.
Resposta: É só se dirigir à qualquer agência da Caixa Econômica Federal para saber a relação de documentos e voltar com os originais e cópias de documentos solicitados. É preciso levar também os papéis que o empregador entregou na rescisão.
(*Estagiária sob supervisão de Cássia Almeida)