WASHINGTON ? O Departamento de Segurança Interna dos EUA revelou seu plano para reforçar o controle sobre os imigrantes que vivem ilegalmente no território americano. Em memorandos com orientações para agências-chave, o governo federal explicou os mecanismos a serem adotados para frear a imigração ilegal ? o que inclui, em primeiro plano, a potencial expansão das deportações e prisões dos indocumentados. As medidas são o mais recente passo do presidente Donald Trump, que, desde a sua campanha presidencial, adotou um discurso altamente anti-imigratório e populista.
Os documentos instruem as agências a ampliar as categorias de imigrantes que podem ser detidos e deportados nos Estados Unidos. Por exemplo, as autoridades migratórias agora deverão remover qualquer imigrante ilegal que tenha cometido um delito ? até mesmo crimes menores, como fraudes ou, nas palavras dos memorandos, abusos de programas relacionados ao recebimento de benefícios públicos. A medida é uma importante mudança em comparação à política adotada pelo ex-presidente Barack Obama. No governo do democrata, a prioridade era deportar os imigrantes irregulares que cometessem crimes considerados graves, e não crimes menores.
Além disso, as deportações imediatas, em que os imigrantes quase não têm acesso a recorrer a procedimentos judiciais, também se tornam mais fáceis de executar. No novo governo, qualquer pessoa sem documentos não puder provar que vive nos Estados Unidos continuamente há mais de dois anos, estará sujeito à deportação imediata. Na era Obama, as regras eram bem diferentes: a política podia ser aplicada apenas em áreas a 160 quilômetros de distância da fronteira para quem tivesse chegado ao país nas duas semanas anteriores.
O reforço da caça aos ilegais exigirá um considerável aumento de recursos públicos. Deverão ser contratados 10 mil novos agentes de imigração, e o número de instalações para detenção será ampliado. Além disso, um órgão será criado para ajudar as famílias de vítimas de assassinatos cometidos por imigrantes ilegais.