NOVA YORK ? O novo secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, defendeu nesta terça-feira a adoção de uma nova abordagem para prevenir guerras. O ex-premier português falou pela primeira vez ao Conselho de Segurança desde que assumiu suas funções como chefe da ONU no início de janeiro.
? Gastamos muito mais tempo e recursos respondendo a crises do que prevenindo-as. As pessoas estão pagando um preço alto demais ? afirmou, acrescentando que uma nova abordagem para lidar com os conflitos pelo mundo se faz necessária.
Guterres substituiu o sul-coreano Ban Ki-moon em 1º de janeiro, herdando momentos extremamente difíceis, sobretudo, para Síria, Sudão do Sul, Iêmen, Burundi, Coreia do Norte e outros locais. Ele promete fazer a ONU evoluir e redobrar os esforços para resolver as crises mundiais. Em seu discurso de posse, disse que a paz seria a prioridade do seu primeiro ano de mandato.
? Como ajudar os milhões de seres humanos vítimas de conflitos e que sofrem enormemente em guerras que parecem não ter fim? ? perguntou-se Guterres. ? Populações civis em vários pontos do globo são destroçadas sob a mais letal violência. Mulheres, crianças e homens são mortos ou feridos, vendo-se forçados a abandonar os seus lares, tudo perdendo. Nestas guerras não há vencedores; todos perdem.
A eleição unânime do português ? que defendeu os direitos dos migrantes como alto comissário da ONU para os Refugiados durante uma década ? revigorou os diplomatas da organização, que o encaram como um político hábil que pode ser capaz de superar as divisões que complicam a organização internacional.
Além das crises militares e humanitárias, Guterres terá também o desafio de lidar com o novo governo dos EUA, liderado pelo republicano Donald Trump, que assume no próximo dia 20. Trump recentemente, após dizer que a ONU tem um grande potencial, classificou a organização como ?perda de tempo e dinheiro? por não aproveitá-lo. Segundo ele, a entidade virou apenas ?um clube para pessoas se reunirem e conversarem?.