Cotidiano

Nova lista de Janot deve ser divulgada na próxima semana

BRASÍLIA ? O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, deverá adiar para a próxima semana a a entrega ao Supremo Tribunal Federal (STF) dos pedidos de inquéritos contra deputados, senadores e ministros acusados de receber propina da Odebrecht. Janot e equipe estavam trabalhando para concluir os trabalhos nesta sexta, mas devido ao volume de informações a serem sistematizadas, o mais provável é que prazo seja prorrogado por mais alguns dias, segundo disse ao GLOBO uma fonte ligada ao caso.

A segunda lista de Janot, que tem como base acordos de delação de 78 executivos da Odebrecht, maior empreiteira do país, é motivo de intensa preocupação nos meios políticos em Brasília. Os delatores fizeram acusações sobre líderes políticos de todos os grandes partidos do país, inclusive sobre alguns presidenciáveis. Janot também enviará ao STF os pedidos de abertura de inquérito contra governadores. Caberá ao ministro Edson Fachin, relator da Lava-Jato no tribunal, redirecionar os pedidos para o Superior Tribunal de Justiça (STJ).

O procurador-geral também apresentará a Fachin as informações sobre pessoas sem prerrogativa de foro mencionadas nas delações. Os dados darão base a pedidos de inquérito na Justiça de primeira instância. Trata-se de um considerável volume de dados sobre a corrupção. Pelo menos 60 duplas de procuradores e promotores nos estados e no Distrito Federal já estão de prontidão para receber os autos e preparar os pedidos de investigação. O número corresponde a 10% dos procuradores em atividade no país.

No início do ano, antes mesmo da homologação das delações, Janot decidiu reforçar o grupo de trabalho responsável pela Lava-Jato em Brasília. O grupo, formado por dez procuradores e promotores, ganhou o apoio de 9 assessores jurídicos e pelo menos 7 funcionários de apoio administrativo. A ajuda representa o dobro da capacidade de trabalho da equipe original. Janot decidiu concentrar esforços no assunto dado a importância e ao volume de informações fornecidas pelos delatores.

Até semana passada, o grupo já teria concluído 30 pedidos de inquérito. Mas os sinais é de que o número de pedidos, só no STF e STJ , seja ainda mais expressivo.